Notícia
Maria Luís espera que Schäuble continue com "razões para elogiar Portugal"
A vice-presidente do PSD, Maria Luís Albuquerque, expressou este sábado o desejo de que o ministro alemão das Finanças, Wolfgang Schäuble, continue com "razões para elogiar Portugal" por isso ser "o melhor "para o país.
Maria Luís Albuquerque falava à margem da apresentação do mandatário e candidato à Assembleia Municipal da lista de Cancela Moura, apoiado pela coligação PSD/CDS à Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia, o eurodeputado social-democrata Paulo Rangel e a deputada centrista Cecília Meireles, respectivamente.
Numa reacção aos elogios feitos pelo ministro alemão ao desempenho do Governo português em entrevista ao semanário Expresso, a ministra das Finanças do anterior Governo passou ao lado da polémica. "Gostaria muito que o senhor Schäuble tivesse sempre razões para elogiar Portugal nesta matéria, independentemente de quem esteja no Governo porque era o melhor para todos nós", disse.
Num breve regresso ao passado, a vice-presidente social-democrata reconheceu que "há um caminho de consolidação das finanças públicas que prosseguiu no essencial com o Governo anterior". "Nós herdámos um défice de 11,2% e trouxemos esse défice, excluindo o efeito Banif, que já foi depois da saída do anterior governo passou para um valor inferior a 3%", sublinhou, para logo depois lembrar o "enorme esforço de consolidação das finanças públicas que vem de trás".
Invocando discordância com o modelo de consolidação seguido pelo actual Governo, disse-o por achar que "não é sustentável nem transparente", considerando que isso "hoje é evidente para todos". "Preocupa-nos muito aquilo a que estamos a assistir quer em temos de dívida pública, que continua a não dar sinais de baixar, e os recentes desenvolvimentos quanto ao défice externo do país, que são um indicador muito preocupante", disse.
Argumentando que "a preocupação com a consolidação da economia e das finanças do país tem de passar por mais do que algumas medidas de maquilhagem" como as verificadas "no orçamento de 2016", defendeu que só com "medidas sustentáveis e estruturais ou estruturantes" se conseguem "produzir os resultados que seriam necessários".
"Os resultados em termos de défice e a saída do procedimento por défice excessivo são manifestamente um resultado positivo para o país, como dissemos desde o início. Mas, mais uma vez, preocupa-nos muito a forma como estão a ser conseguidos e sobretudo a falta de sustentabilidade que os mesmos têm", alertou.
Da entrevista do antigo presidente do Banco Espírito Santo, Ricardo Salgado, Maria Luís Albuquerque afirmou que nada do que o antigo banqueiro afirmou quando imputou a culpa pela crise no banco ao Banco de Portugal "é novo".
"Tivemos uma comissão parlamentar de inquérito onde os vários intervenientes do processo, incluindo Ricardo Salgado tiveram a possibilidade de falar, portanto a entrevista não trouxe nada de novo relativamente aquilo que já foi dito antes", observou.