Notícia
Grupo Luz Saúde foi o que mais faturou ao Estado com a pandemia
Investigação realizada pelo jornal Público revela que uma empresa do grupo detido pelos chineses da Fosun facturou 32,7 milhões de euros. Empresas com contratos de maior dimensão justificam a faturação com as relações que têm com a China.
A empresa GLSMed Trade, do grupo Luz Saúde, foi a que mais faturou em contratos feitos pelo Estado em resposta à pandemia. A subsidiária do grupo detido pelos chineses da Fosun vendeu 19,7 milhões de euros em equipamentos de proteção individual e 18,3 milhões de euros em testes, segundo revela esta quarta-feira o jornal Público, que fez uma análise a 15 mil contratos.
A principal cliente foi a Direção-Geral de Saúde, seguida, em menor grau, dos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde, do Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Central e da Câmara de Lisboa. Ao Público, o grupo refere que as informações recebidas da China, através da Fosun, foram essenciais para ter uma noção do que poderia ser necessário.
A pesquisa do Público encontrou um total de 477,6 milhões de euros gastos pelo Governo, autarquias e instituições públicas com a pandemia, muitos dos quais ao abrigo do regime excecional de contratação, que dispensa a fiscalização prévia pelo Tribunal de Contas. Em causa estão equipamentos de proteção individual, ventiladores, e testes.
A segunda empresa que mais faturou foi a chinesa Guangdong H&P Import and Export Co (31 milhões de euros) e a portuguesa Enerre (22 milhões de euros em mais de cem contratos quase todos com a câmara de cascais), que de acordo com o seu sócio-gerente já tem 15 anos de experiência de importação da China.