Notícia
Dívida pública sobe para 101,5% do PIB no segundo trimestre
O endividamento das administrações públicas atinge agora 278 mil milhões de euros.
O peso da dívida pública voltou a aumentar no segundo trimestre, atingindo 101,5% do PIB, de acordo com a atualização dos dados do endividamento das administrações públicas divulgada nesta quinta-feira pelo Banco de Portugal (BdP).
Nos valores apurados segundo a ótica de Maastricht, a que conta para a vigilância das regras de governação económica europeia, o endividamento das administrações públicas atingia no final de junho 278 mil milhões de euros, tendo aumentando em mil milhões de euros em junho.
A nota do BdP explica que a subida reflete sobretudo o acréscimo de títulos de dívida em 1,1 mil milhões de euros, sobretudo de curto prazo.
No final do ano passado, recorde-se, o rácio da dívida pública desceu aos 99,1% do PIB passando o endividamento a representar menos de um ano do produto da economia nacional, estando então o valor nominal da dívida nos 263 mil milhões de euros. De lá para cá, porém, esse valor aumentou já em cerca de 15 mil milhões de euros. Na relação com o PIB, regista-se um aumento em 2,4 pontos percentuais no peso do endividamento.
Neste ano, o peso da dívida segue já com dois trimestres consecutivos de subidas, interrompendo um período de perto de três anos no qual o rácio de endividamento seguiu em trajetória descendente contínua desde o máximo de 138,1% do PIB alcançado no primeiro trimestre de 2021.
No quadro das novas regras orçamentais da UE, Portugal e outros países em situação de endividamento excessivo são forçados a evidenciar a capacidade de fazer descer a dívida de forma sustentável para um valor abaixo do teto europeu de 60% do PIB. Para tal, estão a ser negociados planos de ajustamento pluarianuais, que deverão ser conhecidos em outubro e que implicam a contenção da despesa dentro de margens acordadas com Bruxelas.
As últimas projeções da Comissão Europeia apontam para já para que o peso da dívida pública nacional recue para 77% do PIB até 2034, com reduções médias de 2,2 pontos percentuais ao ano.