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CDS corrige projecto para expor divisões na maioria de esquerda
Afinal o Programa de Estabilidade vai mesmo a votos no Parlamento. CDS corrige o tiro e força esquerda a entender-se.
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O CDS decidiu mudar o texto do projecto de resolução para forçar a votação efectiva do Programa de Estabilidade e expor assim as divisões da maioria de esquerda no Parlamento.
O anúncio foi feito pelo líder parlamentar centrista quase no final do debate do Programa de Estabilidade e do Programa Nacional de Reformas na Assembleia da República.
Nuno Magalhães (na foto) afirmou a mudança de planos, explicando que é substituída a recomendação que o CDS fazia para que o fosse o Governo a levar a votos o Programa de Estabilidade por uma recusa do Programa.
Com esta nova roupagem, o projecto do CDS implica que haja uma votação dos planos do Governo. Na fórmula antiga a recusa já anunciada pelos partidos à esquerda não chegava a beliscar a maioria de esquerda. Aliás ontem à saída das audiências com o Presidente da República, PCP e BE forma claros no descontentamento com o documento do Governo, mas recusaram dizer como se votaria.
O objectivo do CDS é mostrar as divisões que ficaram claras ente a maioria parlamentar de esquerda. O PSD votará a favor do projecto do CDS.
"PCP e BE são uma espécie de autores envergonhados dos documentos"
O CDS acusou hoje, no início do debate, os partidos à esquerda do PS de "na prática apoiarem o Governo e na teoria se oporem". A acusação foi feita pela deputada centrista Cecília Meireles, que insistiu no desafio ao Governo de levar o Programa de Estabilidade à votos.
Cecília Meireles falava no Parlamento, durante o debate do Programa de Estabilidade e do Programa Nacional de Reformas.
A deputada referia-se ao facto de o PCP e o Bloco de Esquerda discordarem do Programa de Estabilidade, mas manterem o apoio ao PS.
Cecília Meireles acrescentou que o PCP e o BE são uma "espécie de autores envergonhados dos documentos".
O CDS entregou um projecto de resolução para recomendar ao Governo que leve o Programa a votos. O partido liderado por Assunção Cristas institui no desafio, depois de a esquerda ter sinalizado que o chumbará. "Ponha fim a esta encenação. Vamos a votos", disse Cecília Meireles.
Pedro Marques recusou a encenação, lembrando que o governo apresentou as linhas gerais do Programa Nacional de Reformas há um mês e que o documento foi amplamente discutido.