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“A dívida pública tem de continuar a ser uma preocupação”, diz Rui Baleiras

Após a descida abaixo dos 100% do PIB, coordenador da UTAO defende que é preciso continuar a criar margem orçamental para que o país não se veja dependente de outros em caso de crise.

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A descida do peso da dívida pública abaixo dos 100% do PIB conhecida na última semana – 98,7% do PIB no final de 2023, segundo o Banco de Portugal – coloca o país em melhor posição, mas o Governo que sair das eleições de 10 de março não deve esquecer que o endividamento permanece elevado.


"Temos o desequilíbrio das contas públicas muito contido. Claro que a dívida continua muito elevada e tem de continuar a ser uma preocupação", diz Rui Baleiras, coordenador da Unidade Técnica de Apoio Orçamental ao Parlamento, em entrevista ao Negócios e Antena 1 no programa Conversa Capital, que será publicada nesta segunda-feira.


"Precisamos de ter liberdade para fazer as nossas escolhas. Não queremos que, se vier aí uma nova crise muito profunda, sejamos apanhados sem espaço orçamental", defende.


O economista lembra que, por exemplo, na pandemia os apoios dados em Portugal foram inferiores em percentagem do PIB aos que foram dados por outros países do euro. "A razão é que o nosso ponto de partida era pior do que o da Alemanha ou dos Países Baixos, que tiveram maior esforço relativo a combater a pandemia". "
O que temos de fazer é criar almofadas, para que não dependamos de ajuda estrangeira", afirma.

 

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