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Governo diz que tem margem para reforçar medidas de combate à inflação
Mariana Vieira da Silva reitera que as medidas temporárias podem ser ajustadas. Aos jornalistas, a ministra da Presidência acrescenta no entanto que é preciso equacionar também uma eventual subida das taxas de juro.
A ministra da Presidência reiterou esta quarta-feira que há margem no orçamento do Estado para reforçar medidas de combate à inflação. Em declarações aos jornalistas, a ministra da Presidência disse também que o Governo já considera a hipótese de alterações às taxas de juro.
"Como afirmámos na apresentação do orçamento na generalidade existe um pacote financeiro de resposta a estas medidas que há margem para ser atualizado, se necessário", disse Mariana Vieira da Silva. "Desde o início destas medidas foi indicado que conforme a duração das medidas teríamos disponibilidade para irmos acompanhando", acrescentou, à saída de uma reunião de concertação social.
Contudo, o Governo insiste no caráter temporário da inflação e já conta com uma eventual subida das taxas de juro.
"O que é importante é podermos acompanhar o que as instituições vão dizendo sobre a inflação. Neste momento continuam todas a reafirmar o seu caráter [conjuntural] mas sabemos que há outras alterações que podem ser feitas à situação em que estamos relativas às taxas de juro", acrescentou a ministra da Presidência.
O INE confirmou esta quarta-feira que a inflação foi de 7,3% em abril, em termos homólogos a mais alta desde 1993.
O Governo tem evitado reforçar salários e pensões, apostando antes em medidas temporárias como o desconto de ISP sobre os combustíveis ou o apoio de 60 euros à compra de bens alimentares, previsto para um só mês.
Mariana Vieira da Silva, que tutela a administração pública, já não garante neste momento que os salários do Estado acompanhem no próximo ano a inflação registada este ano, o que significa quebras reais.