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Conte pede a Lagarde para fazer "tudo o que for preciso" para proteger economia europeia
No Conselho Europeu por videoconferência desta tarde, o primeiro-ministro italiano desafiou a líder do BCE a repetir o "tudo o que for preciso" que o seu antecessor e também transalpino Mario Draghi declarou em 2012, declaração que ajudou a salvar a Zona Euro.
Giuseppe Conte quer que o Banco Central Europeu (BCE) faça "tudo o que for preciso" para proteger a Zona Euro dos efeitos económicos nefastos do coronavírus, segundo revelou uma fonte anónima à agência Bloomberg.
Numa altura em que se multiplicam os casos de contaminação pelo novo vírus chinês em Itália, o primeiro-ministro transalpino desafiou a atual líder do BCE, Christine Lagarde, a seguir o exemplo do seu antecessor, o também italiano Mario Draghi, quando em julho de 2012 fez uma declaração decisiva para superar a crise das dívidas soberanas ao assegurar que o banco central faria o que fosse necessário para salvar o euro.
Conte quer que Lagarde, na reunião dos governadores do BCE prevista para quinta-feira, e em que se antecipa uma descida dos juros diretores a exemplo do que fez na semana passada a Reserva Federal dos Estados Unidos, assuma um papel preponderante na resposta aos efeitos económicos da propagação do coronavírus.
No Conselho Europeu por videoconferência realizado esta tarde, os líderes europeus procuram uma resposta para as "consequências económicas" do vírus, objetivo para o qual o antigo primeiro-ministro belga e atual líder do Conselho, Charles Michel, sugere uma espécie de "task force" entre o Eurogrupo, o Banco Central Europeu (BCE), a Comissão Europeia e o próprio Banco Europeu de Investimento (BEI).
Com 631 mortes já registadas, Itália declarou uma espécie de quarentena nacional que mantém o essencial das atividades do país paralisadas. O governo de Conte já aprovou um pacote de 7,5 mil milhões de euros para apoiar a economia transalpina, a qual corre o risco de entrar em recessão técnica já no final de março, estando a contemplar reforçar os estímulos para 10 mil milhões de euros.
Roma já garantiu inclusivamente margem orçamental da parte de Bruxelas que permite furar as regras orçamentais do Pacto de Estabilidade e Crescimento (PEC) devido à necessidade de resposta à epidemia em curso.