A União Europeia (UE) está a estudar as cedências que pode fazer para que a administração norte-americana anule algumas das tarifas que estão em vigor e que deverão aumentar a partir da próxima quarta-feira.

De acordo com a Bloomberg, os responsáveis da UE receberam informação por parte dos homólogos de Washington que existiria uma forma de evitar tarifas sobre os automóveis e as chamadas tarifas recíprocas que deverão vigorar a partir da próxima semana. A agência avança ainda que se terão iniciado negociações com vista a um acordo que poderia resultar numa redução das tarifas.

O objetivo é que neste rascunho sejam definidas áreas para negociar as medidas retaliatórias, investimento mútuo nas duas regiões, bem como menor regulação.

Só que o documento terá sempre de ser aprovado pelo Presidente dos Estados Unidos e as negociações só se deverão iniciar depois da entrada em vigor das tarifas dos EUA à UE na próxima semana. As fontes ouvidas pela Bloomberg realçam que as negociações serão sempre desafiantes e não iriam restaurar o "status quo", mas que não deixariam as relações comerciais entre os dois blocos pior do que já estão.

Nas reuniões que já existiram entre os dois lados, em cima da mesa estiveram as regulações e impostos dentro da UE, numa altura em que a administração Trump tem focado os seus ataques no que considera serem práticas injustas a produtos americanos e que, argumentam, favorecem a Europa. A Comissão levantou ainda a possibilidade de o bloco europeu aumentar as compras de gás natural e no setor da defesa.

Ainda este mês, os Estados Unidos impuseram tarifas de 25% sobre as importações de aço e alumínio, que levaram a tarifas retaliatórias da UE em setores sensíveis para o mercado norte-americano e que podem chegar aos 26 mil milhões de euros. Os EUA estão ainda a planear implementar tarifas em vários setores, incluindo no dos metais, automóvel, farmacêutico e semicondutores.