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Tsipras diz que nunca quis sair da UE. Ia para onde, "para outra galáxia?"

Em entrevista exclusiva ao The Guardian, o primeiro-ministro grego admite cometido "erros, grandes erros" mas assegura que nunca foi sua intenção retirar a Grécia da Zona Euro e da União Europeia. "Deixar a Europa e ir para onde, para outra galáxia", pergunta Alexis Tsipras.

Em Janeiro de 2015, a esquerda radical chega ao berço da Europa, quando o Syriza, liderado pelo jovem Alexis Tsipras vence as eleições legislativas. A Grécia fica à beira da expulsão efectiva do Euro, mas um recuo em toda a linha do governo grego mantém o país na moeda única.
Reuters
24 de Julho de 2017 às 15:14
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O primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, concedeu uma entrevista ao The Guardian em que assegura que nunca esteve em cima da mesa a hipótese de a Grécia deixar o euro e abandonar a União Europeia. "Deixar a Europa e ir para onde, para outra galáxia?", questiona retoricamente o líder do Syriza.

 

Na entrevista ao jornal britânico, Alexis Tsipras aproveita para salientar "que o pior ficou claramente para trás", aludindo ao controlo do défice orçamental conseguido pelo seu executivo, isto numa altura em que o país prepara o regresso aos mercados para uma emissão de títulos de dívida a cinco anos.

 

Apesar de "ninguém acreditar que poderia acontecer", diz Tsipras referindo-se à recuperação da economia helénica, "vamos retirar o país da crise". Com término em Agosto do próximo ano, o final do terceiro resgate à economia grega no espaço de cinco anos será o momento para aferir da robustez da recuperação económica do país.

 

Será essa a altura para "julgar" o governo de coligação com o partido da direita Gregos Independentes, diz Tsipras preferindo não se preocupar com a quebra das sondagens verificada pelo Syriza, fruto da prossecução de medidas impopulares e que contrariam as promessas de fim da austeridade feitas pelo actual primeiro-ministro.

 

Ao longo da entrevista, Tsipras acaba por reconhecer ter cometido "erros, grandes erros". Esses erros tiveram tradução concreta na "escolha de pessoas para cargos-chave", no que pareceu uma alfinetada para o primeiro ministro por si designado para as Finanças, o polémico Yanis Varoufakis. Mesmo assim, Tsipras reitera que a escolha de Varoufakis obedeceu à estratégia inicial de confrontação com as instituições europeias, porém, o governante grego deixa fortes críticas ao plano B do então ministro das Finanças para a Grécia após a saída do euro:

 

"Talvez chegue o momento em que algumas verdades serão ditas. Quando chegarmos ao ponto de analisar o que [Varoufakis] apresentou como plano B, um plano tão vago que nem valia a pena discutir. Era simplesmente fraco e ineficaz."

 

Os erros explicam-se em parte, pelo facto de ter chegado à chefia do Executivo helénico "sem qualquer experiência" governativa nem "noção da dimensão das dificuldades no dia-a-dia". Agora, diz Tsipras, "tenho uma diferente noção da que tinha previamente". 

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