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Risco de incêndios faz regressar aviões portugueses emprestados à Suécia
Após 30 horas de voo e um milhão de litros de água descarregados nas florestas escandinavas, os dois aparelhos devem chegar a Portugal na quinta-feira, 2 de Agosto, precavendo o "agravamento das condições meteorológicas".
Uma semana depois de chegarem à Suécia, os dois aviões anfíbios médios enviados para ajudar a combater os fogos florestais vão regressar a Portugal devido à "previsão de agravamento das condições meteorológicas e de risco de incêndio nos próximos dias", quando as temperaturas máximas superarem os 30 graus em todo o território continental.
Por causa do calor, segundo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), nove distritos vão estar a partir desta quarta-feira, e até à madrugada de quinta-feira, em alerta laranja, o segundo mais grave: Bragança, Évora, Guarda, Vila Real, Setúbal, Beja, Castelo Branco, Portalegre e Braga.
Esta decisão surge algumas horas depois de Miguel Cruz, adjunto de operações da Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC) e chefe da missão destacada em Orebro, ter dito ao DN que era ainda prematuro prever o regresso a Portugal. Além dos dois aparelhos, seguiram viagem oito elementos da ANPC e a Força Aérea disponibilizou um voo de apoio (C295) que transportou cerca de 700 quilos de equipamentos para apoio à operação dos meios aéreos.
"A importância do contributo português foi destacada pela Protecção Civil sueca, que elogiou o trabalho dos portugueses no país, assim como pelos meios de comunicação social suecos, que assinalaram o papel decisivo dos meios portugueses no controlo do fogo", destaca a tutela, comandada pelo ministro Eduardo Cabrita, numa nota à imprensa.
Sete missões e propostas em Bruxelas
Segundo o balanço feito pelo chefe da missão portuguesa, citado pela TSF, os dois aviões anfíbios "Fire Boss" realizaram um total de sete missões, que envolveram mais de 30 horas de voo e a descarga de quase um milhão de litros de água sobre áreas a arder naquele país nórdico. Além de Portugal, vários outros países da União Europeia enviaram ajuda, tendo as chuvas dos últimos dias ajudado a acalmar as chamas que são pouco habituais naquela geografia.
O reforço do mecanismo europeu de protecção civil, de forma a melhorar a sua capacidade de resposta a catástrofes naturais como os fogos, está neste momento a ser discutido pelos Estados-membros. As propostas apresentadas pela Comissão Europeia, que ainda estão a ser negociadas pelos diferentes países, surgiram na sequência dos trágicos incêndios florestais que ocorreram em 2017 no Sul da Europa, sobretudo em Portugal, que fizeram mais de uma centena de vítimas mortais.