Notícia
Portugal sofre corte de 1,6 mil milhões de euros nos fundos de coesão
Portugal vai receber menos 1,6 mil milhões de euros de fundos da política de coesão no período 2021-2027, face ao atual e a preços de 2018, segundo um relatório hoje publicado pelo Tribunal de Contas Europeu (TCE).
Num relatório de exame rápido hoje divulgado, Portugal tem um rendimento nacional bruto inferior a 82% da média da União Europeia (UE) - a par de outros 11 Estados-membros, grupo que viu o coeficiente aplicável ser reduzido dos atuais 3,15% para 2,8%, o que implica um corte de cerca de 7% nos fundos da política de coesão no próximo quadro financeiro plurianual (QFP).
Dos 27 Estados-membros (o Reino Unido já não é considerado), sete veem subir as dotações face ao QFP vigente, outros seis mantêm o mesmo nível e os restantes sofrerão cortes orçamentais.
No total, a dotação para Portugal no próximo orçamento plurianual é de 23,8 mil milhões de euros, sendo a maior fatia (11,5 mil ME) proveniente do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER), que visa reforçar a coesão económica e social na UE.
No Fundo Social Europeu Mais (FSE+) está prevista uma verba de 7,57 mil milhões de euros, que se destinam a criar oportunidades de formação e emprego e melhorar a situação das pessoas em risco de pobreza.
O Fundo de Coesão prevê, para Portugal, uma dotação de 4,4 mil ME, destinada a reduzir as disparidades económicas e sociais através do financiamento de investimentos nos Estados-membros em que o rendimento nacional bruto 'per capita' é inferior a 90% da média da UE.
A Comissão Europeia propôs que, no próximo período de programação de 2021-2027, a UE dedicasse 373 mil milhões de euros à política de coesão, concebida para reduzir a distância entre regiões ricas e pobres na UE.
O financiamento desta política é canalizado através de três fundos: FEDER, com um total de 216 mil milhões de euros, o FSE+ (100 mil ME) e o Fundo de Coesão (46,6 mil ME).
O TCE esclarece que os exames rápidos de casos não recorrem a novos trabalhos de auditoria nem formulam novas constatações e recomendações de auditoria, limitando-se a apresentar factos sobre temas específicos.