Notícia
Portugal e Argentina tentam resolver pendências que impedem ratificação do acordo UE-Mercosul
Portugal e Argentina, que asseguram respetivamente as presidências da União Europeia e do Mercosul, acertaram avançar sobre os assuntos ainda pendentes para a entrada em vigência do acordo UE-Mercosul.
01 de Fevereiro de 2021 às 23:51
"As autoridades dos dois países coincidiram na necessidade de avançarem durante as Presidências que os dois países exercem em cada bloco para alcançarem os acordos pendentes e poderem concretizar a assinatura do acordo Mercosul-UE", anunciou esta segunda-feira o Ministério das Relações Exteriores da Argentina em relação a uma videoconferência realizada na sexta-feira (29) e só difundida hoje.
Com o objetivo de "analisar os desafios vinculados ao acordo durante este semestre", a reunião virtual foi liderada, do lado português, pela secretária de Estado dos Assuntos Europeus, Ana Paula Zacarias, e, do lado argentino, pelo Secretário de Relações Económicas Internacionais, Jorge Neme.
Portugal e Argentina acertaram que vão concentrar os esforços nos assuntos que ainda impedem a ratificação do acordo que precisará de passar pelo Parlamento Europeu e pelos Congressos de cada país do Mercosul, Argentina, Brasil, Uruguai e Paraguai, embora o tratado possa entrar em vigência de forma unilateral entre a Europa e cada país do Mercosul que aprovar o texto.
Entre os assuntos pendentes, aparecem aspetos técnicos como as listas de indicações geográficas que abrangem os produtos com denominação de origem, mas também assuntos de forte relevância política como a questão ambiental, que tem sido questionada por países europeus como França.
"A Embaixadora Zacarias afirmou que a assinatura do acordo constitui uma prioridade para a presidência portuguesa do Conselho da União Europeia", esclareceu a nota do Governo argentino sobre a postura de Portugal.
No ponto ambiental, a Argentina destacou a necessidade de "enfrentar a questão com um compromisso vinculado a um processo de desenvolvimento sustentável das economias".
"Houve especial ênfase em articular (a questão ambiental) com o objetivo do desenvolvimento sustentável dos países porque um maior desenvolvimento permitirá uma melhora nos padrões ambientais", indica a nota.
Portugal e Argentina coincidiram na "grande relevância que a assinatura e a entrada em vigência do acordo" terão na "contribuição para a recuperação económica dos países" no pós-pandemia.
A Argentina também sublinhou a importância de uma declaração sobre as Malvinas, insistindo que a UE, agora sem o Reino Unido, declare o arquipélago como zona de litígio.
"O secretário Jorge Neme destacou a necessidade de uma declaração relacionada com a questão das Malvinas", apontou o comunicado.
A Argentina quer que a União Europeia, depois do 'Brexit', considere as Malvinas como zona de litígio e não como território ultramar do Reino Unido. O arquipélago, sob domínio britânico desde a ocupação em 1833, tem a sua soberania reivindicada pela Argentina.
Por último, Portugal e Argentina "comprometeram-se em manter um diálogo fluido e de liderarem a troca de posições entre dos dois blocos com a vontade de conseguirem os consensos necessários" para a assinatura do acordo que se encontra na fase de revisão legal, antes de ser elevado aos Parlamentos.
Esta é a segunda reunião que Portugal e Argentina mantém como representantes dos seus respetivos blocos numa liderança por seis meses.
No dia 18 de Dezembro, logo após a Argentina assumir a presidência rotativa do Mercosul, os ministros dos Negócios Estrangeiros dos dois países, Augusto Santos Silva e Felipe Solá, mantiveram uma reunião de aproximação para coordenarem estratégias e agenda.
O acordo entre a União Europeia e o Mercosul foi fechado em julho de 2019, depois de vinte anos de negociações.
Com o objetivo de "analisar os desafios vinculados ao acordo durante este semestre", a reunião virtual foi liderada, do lado português, pela secretária de Estado dos Assuntos Europeus, Ana Paula Zacarias, e, do lado argentino, pelo Secretário de Relações Económicas Internacionais, Jorge Neme.
Entre os assuntos pendentes, aparecem aspetos técnicos como as listas de indicações geográficas que abrangem os produtos com denominação de origem, mas também assuntos de forte relevância política como a questão ambiental, que tem sido questionada por países europeus como França.
"A Embaixadora Zacarias afirmou que a assinatura do acordo constitui uma prioridade para a presidência portuguesa do Conselho da União Europeia", esclareceu a nota do Governo argentino sobre a postura de Portugal.
No ponto ambiental, a Argentina destacou a necessidade de "enfrentar a questão com um compromisso vinculado a um processo de desenvolvimento sustentável das economias".
"Houve especial ênfase em articular (a questão ambiental) com o objetivo do desenvolvimento sustentável dos países porque um maior desenvolvimento permitirá uma melhora nos padrões ambientais", indica a nota.
Portugal e Argentina coincidiram na "grande relevância que a assinatura e a entrada em vigência do acordo" terão na "contribuição para a recuperação económica dos países" no pós-pandemia.
A Argentina também sublinhou a importância de uma declaração sobre as Malvinas, insistindo que a UE, agora sem o Reino Unido, declare o arquipélago como zona de litígio.
"O secretário Jorge Neme destacou a necessidade de uma declaração relacionada com a questão das Malvinas", apontou o comunicado.
A Argentina quer que a União Europeia, depois do 'Brexit', considere as Malvinas como zona de litígio e não como território ultramar do Reino Unido. O arquipélago, sob domínio britânico desde a ocupação em 1833, tem a sua soberania reivindicada pela Argentina.
Por último, Portugal e Argentina "comprometeram-se em manter um diálogo fluido e de liderarem a troca de posições entre dos dois blocos com a vontade de conseguirem os consensos necessários" para a assinatura do acordo que se encontra na fase de revisão legal, antes de ser elevado aos Parlamentos.
Esta é a segunda reunião que Portugal e Argentina mantém como representantes dos seus respetivos blocos numa liderança por seis meses.
No dia 18 de Dezembro, logo após a Argentina assumir a presidência rotativa do Mercosul, os ministros dos Negócios Estrangeiros dos dois países, Augusto Santos Silva e Felipe Solá, mantiveram uma reunião de aproximação para coordenarem estratégias e agenda.
O acordo entre a União Europeia e o Mercosul foi fechado em julho de 2019, depois de vinte anos de negociações.