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Miranda Sarmento afasta risco de contágio da crise francesa. "A Zona Euro é muito forte"
Não há risco de contágio da crise em França para a Zona Euro, acredita o ministro português das Finanças. Miranda Sarmento defende, em entrevista à Bloomberg, a solução conjunta da UE para o investimento em defesa.
O ministro das Finanças português não vê risco de contágio da crise em França para os países europeus mais periféricos, nomeadamente Portugal, considerando que a Zona Euro está "muito forte", nos instrumentos e instituições.
"Não acredito que exista risco de contágio", respondeu Joaquim Miranda Sarmento quando questionado pela Bloomberg sobre se o preocupa o impacto da crise política francesa nos países europeus, sobretudo os periféricos.
"Estou confiante de que os franceses podem encontrar uma solução política que possa trazer estabilidade para o país", afirmou o ministro português, que falava à agência noticiosa financeira nesta segunda-feira, 9 de dezembro, à margem do Eurogrupo, em Bruxelas.
O presidente francês Emmanuel Macron está sob pressão para encontrar um novo primeiro-ministro, depois de a extrema-direita se ter aliado à esquerda para aprovar uma moção de censura contra o governo depois de chumbada a proposta de orçamento da Segurança Social para 2025.
No entanto, há o risco de que um novo chefe do Governo possa enfrentar a mesma pressão que fez cair Michel Barnier. O governo francês precisa de aprovar despesa extraordinária que mantenha o país a funcionar - e que dê algum tempo para que possa apresentar um Orçamento do Estado. Macron anunciou uma lei especial nesse sentido a ser apresentada até meados de dezembro.
"A Zona Euro é muito forte", afirmou Miranda Sarmento, antes do encontro dos ministros das Finanças dos 20 Estados-membros da moeda única. "Temos os mecanismos, os instrumentos, as instituições. Acredito que não há um perigo substancial para a Zona Euro como um todo", acrescentou o ministro português.
Ainda assim, o ministro admitiu que a situação francesa - dado o défice elevado - cria pressão na Zona Euro.
Sarmento defende "solução conjunta" na defesa
Na entrevista, o ministro português defendeu ainda que os países da União Europeia (UE) vão precisar de gastar mais em defesa. Nesse sentido, sublinhou que será necessária uma "solução conjunta" da UE.
Miranda Sarmento salientou que Portugal deverá atingir a meta da NATO, de um investimento em defesa de 2% do PIB, em 2029, mas admitiu que isso aconteça "talvez mais cedo".