Notícia
Merkel garante "margem para compromisso" na próxima cimeira
Os líderes da Alemanha e Espanha estiveram reunidos para preparar a próxima cimeira europeia. Pedro Sánchez avisou que a UE "não foi construída à base de vetos". Já a chanceler alemã diz que irá a Bruxelas com "margem para [um] compromisso".
Alemanha e Espanha estão a tentar promover um acordo a 27 no Conselho Europeu desta semana e mostram margem para cedências de modo a assegurar que os líderes europeus possam sair de Bruxelas com um compromisso fechado sobre o plano de recuperação da União Europeia.
Depois da conversa mantida, em Berlim, com o primeiro-ministro espanhol, Angela Merkel confirmou, citada pela Bloomberg, que persistem divergências por ultrapassar. Contudo assegurou que, "pelo lado alemão, iremos a Bruxelas com uma determinada margem de compromisso".
A chanceler alemã tenta assim dar o exemplo e convidar os restantes líderes europeus a deixarem de parte inflexibilidades e a, pelo contrário, adotarem uma atitude favorável a que seja alcançado um entendimento.
Já Pedro Sánchez optou por se dirigir diretamente ao chamado grupo dos países frugais, nomeadamente aos Países Baixos, o Estado-membro que se tem mostrado mais inflexível.
"A UE nunca se construiu à base de vetos, sempre se avançou com base na disponibilidade para o diálogo. Se atrasarmos um acordo iremos atrasar ainda mais a recuperação da crise", declarou, citado pelo El País.
A exemplo do que vem sendo também defendido pelo primeiro-ministro português, ou mesmo pela presidência rotativa da UE agora a cargo da Alemanha, Sánchez insiste que "julho tem de ser o mês das decisões".
Antes de receber Sánchez, na segunda-feira Merkel já havia recebido o primeiro-ministro italiano, Giuseppe Conte. Tanto Merkel como Conte sinalizaram a necessidade de se chegar rapidamente a acordo para uma resposta conjunta da União.
Também António Costa manteve hoje conversações com o objetivo de ajustar agulhas com vista a um acordo na cimeira europeia que vai ter lugar nos próximos dias 17 e 18 de julho, na capital belga.
Numa fase em que algumas capitais defendem que o respeito pelas regras do Estado de direito deve ser um dos critérios de alocação dos apoios europeus de resposta aos efeitos da crise pandémica, o governante português pôs de parte essa hipótese, considerando que esse tema deve ser tratado com base nos tratados da UE.
Haia exige papel do Conselho
Um dia depois de ter recebido António Costa, o primeiro-ministro holandês, Mark Rutte, marcou presença no parlamento dos Países Baixos para se mostrar ainda reticente quanto às possibilidades de um acordo, confirmando aquilo que tinha transmitido ao líder português.
Rutte transmitiu aos deputados holandeses que Haia não prescinde da existência de um modelo de governação capaz de monitorizar de perto as reformas e investimentos que os países terão de prosseguir, de acordo com as recomendações do Semestre Europeu, em troca do acesso aos meios do instrumento de recuperação e resiliência (RFF). O líder holandês adiantou não ver ainda sinais nesse sentido.
Mas se Mark Rutte exige que o Conselho Europeu tenha de se pronunciar, por unanimidade, sobre essas reformas e investimento tendentes ao reforço do potencial de crescimento económico, António Costa rejeita essa via e sustenta que deve caber à Comissão o papel de execução e monitorização, modelo esse que "não tem nada a ver com a troika e evita um cheque em branco".
Para tentar aproximar a generalidade dos Estados-membros às exigência dos frugais (Países Baixos, Áustria, Dinamarca e Suécia), Charles Michel, líder do Conselho Europeu, reformulou a proposta inicial da Comissão Europeia. Manteve inalterado o fundo de recuperação no valor de 750 mil milhões de euros (mantendo a distribuição de 500 mil milhões a fundo perdido e 250 mil milhões a título de empréstimos), porém reduziu o montante global do quadro financeiro plurianual (QFP) e encurtou prazo de vigência do RFF, duas das exigências dos frugais.
Depois da conversa mantida, em Berlim, com o primeiro-ministro espanhol, Angela Merkel confirmou, citada pela Bloomberg, que persistem divergências por ultrapassar. Contudo assegurou que, "pelo lado alemão, iremos a Bruxelas com uma determinada margem de compromisso".
Já Pedro Sánchez optou por se dirigir diretamente ao chamado grupo dos países frugais, nomeadamente aos Países Baixos, o Estado-membro que se tem mostrado mais inflexível.
"A UE nunca se construiu à base de vetos, sempre se avançou com base na disponibilidade para o diálogo. Se atrasarmos um acordo iremos atrasar ainda mais a recuperação da crise", declarou, citado pelo El País.
A exemplo do que vem sendo também defendido pelo primeiro-ministro português, ou mesmo pela presidência rotativa da UE agora a cargo da Alemanha, Sánchez insiste que "julho tem de ser o mês das decisões".
Antes de receber Sánchez, na segunda-feira Merkel já havia recebido o primeiro-ministro italiano, Giuseppe Conte. Tanto Merkel como Conte sinalizaram a necessidade de se chegar rapidamente a acordo para uma resposta conjunta da União.
Também António Costa manteve hoje conversações com o objetivo de ajustar agulhas com vista a um acordo na cimeira europeia que vai ter lugar nos próximos dias 17 e 18 de julho, na capital belga.
Numa fase em que algumas capitais defendem que o respeito pelas regras do Estado de direito deve ser um dos critérios de alocação dos apoios europeus de resposta aos efeitos da crise pandémica, o governante português pôs de parte essa hipótese, considerando que esse tema deve ser tratado com base nos tratados da UE.
Haia exige papel do Conselho
Um dia depois de ter recebido António Costa, o primeiro-ministro holandês, Mark Rutte, marcou presença no parlamento dos Países Baixos para se mostrar ainda reticente quanto às possibilidades de um acordo, confirmando aquilo que tinha transmitido ao líder português.
Rutte transmitiu aos deputados holandeses que Haia não prescinde da existência de um modelo de governação capaz de monitorizar de perto as reformas e investimentos que os países terão de prosseguir, de acordo com as recomendações do Semestre Europeu, em troca do acesso aos meios do instrumento de recuperação e resiliência (RFF). O líder holandês adiantou não ver ainda sinais nesse sentido.
Mas se Mark Rutte exige que o Conselho Europeu tenha de se pronunciar, por unanimidade, sobre essas reformas e investimento tendentes ao reforço do potencial de crescimento económico, António Costa rejeita essa via e sustenta que deve caber à Comissão o papel de execução e monitorização, modelo esse que "não tem nada a ver com a troika e evita um cheque em branco".
Para tentar aproximar a generalidade dos Estados-membros às exigência dos frugais (Países Baixos, Áustria, Dinamarca e Suécia), Charles Michel, líder do Conselho Europeu, reformulou a proposta inicial da Comissão Europeia. Manteve inalterado o fundo de recuperação no valor de 750 mil milhões de euros (mantendo a distribuição de 500 mil milhões a fundo perdido e 250 mil milhões a título de empréstimos), porém reduziu o montante global do quadro financeiro plurianual (QFP) e encurtou prazo de vigência do RFF, duas das exigências dos frugais.