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Conselho Europeu: Zelensky exorta 27 a ultrapassarem "querelas internas"
"As querelas internas devem parar [...] A Europa deve mostrar a sua força, porque a força é o único argumento que a Rússia compreende", declarou Zelensky na sua intervenção perante os chefes de Estado e de Governo da UE.
30 de Maio de 2022 às 20:48
O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, exortou hoje os Estados-membros da União Europeia a ultrapassarem "querelas internas" e a adotarem o sexto pacote de sanções contra a Rússia, ao dirigir-se, por videoconferência, ao Conselho Europeu, reunido em Bruxelas.
"As querelas internas devem parar [...] A Europa deve mostrar a sua força, porque a força é o único argumento que a Rússia compreende", declarou Zelensky na sua intervenção perante os chefes de Estado e de Governo da UE, citado pela agência AFP.
Sublinhando a importância de os 27 não se dividirem nesta altura e de mostrarem unidade, o Presidente ucraniano insistiu que "só com uma grande unidade" será possível encontrar "respostas eficazes" a tudo o que a Rússia tem feito quer à Ucrânia, quer ao bloco europeu, até porque "o maior desejo" de Moscovo é ver os Estados-membros divididos.
Zelensky deixou então o apelo no sentido de que o bloco europeu adote enfim o sexto pacote de sanções -- proposto pela Comissão Europeia há quase um mês -, "incluindo o petróleo, para que a Rússia pague o preço pelo que está a fazer contra a Ucrânia, contra a Europa", e para que a União Europeia se liberte enfim das "armas energéticas russas, pelo menos o petróleo".
"É evidente que deve haver progressos nas sanções contra a agressão" da Rússia, disse.
Os líderes europeus estão reunidos desde hoje à tarde, em Bruxelas, numa cimeira extraordinária que tem entre os pontos em agenda questões de energia, defesa e segurança alimentar, mas que está ensombrada pelo impasse na adoção do sexto pacote de sanções, que contempla um embargo - ainda que progressivo, gradual e com exceções - às importações de petróleo russo, rejeitado pela Hungria, face à sua grande dependência.
Nos últimos dias, a presidência francesa do Conselho e a Comissão Europeia desenvolveram esforços com vista a alcançar um compromisso, que levante designadamente as objeções de Budapeste, e a proposta atualmente sobre a mesa reforça as exceções para a Hungria, contemplando que o embargo -- que de todo o modo só terá efeitos dentro de seis meses -- abranja apenas o petróleo transportado por via marítima, o que representa dois terços das importações europeias, permitindo que países sem costa, como Hungria, Eslováquia e República Checa, continuem a receber petróleo russo através de oleoduto.
Ainda assim, à chegada à cimeira, o primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, negou que haja já um acordo político em torno desta nova proposta, reclamando mais exceções e compensações - designadamente fundos europeus para "infraestruturas energéticas", e dirigiu duras críticas à Comissão Europeia, que acusou de ter um "comportamento irresponsável", por ter avançado com este sexto pacote de sanções sem consultar as capitais.
Fontes europeias indicaram que "o Conselho Europeu pretende alcançar hoje um acordo político sobre um embargo ao petróleo russo", até para evitar que esta cimeira fique marcada pela incapacidade da UE de atuar unida face à Rússia.
A guerra na Ucrânia expôs a excessiva dependência energética da UE face à Rússia, que é responsável por cerca de 45% das importações de gás europeias. A Rússia também fornece 25% do petróleo e 45% do carvão importado pela UE.
A Rússia invadiu a Ucrânia em 24 de fevereiro, o que mereceu a condenação da generalidade da comunidade internacional, nomeadamente da UE, que já adotou cinco pacotes de sanções a Moscovo e tenta chegar a acordo sobre o sexto.
"As querelas internas devem parar [...] A Europa deve mostrar a sua força, porque a força é o único argumento que a Rússia compreende", declarou Zelensky na sua intervenção perante os chefes de Estado e de Governo da UE, citado pela agência AFP.
Zelensky deixou então o apelo no sentido de que o bloco europeu adote enfim o sexto pacote de sanções -- proposto pela Comissão Europeia há quase um mês -, "incluindo o petróleo, para que a Rússia pague o preço pelo que está a fazer contra a Ucrânia, contra a Europa", e para que a União Europeia se liberte enfim das "armas energéticas russas, pelo menos o petróleo".
"É evidente que deve haver progressos nas sanções contra a agressão" da Rússia, disse.
Os líderes europeus estão reunidos desde hoje à tarde, em Bruxelas, numa cimeira extraordinária que tem entre os pontos em agenda questões de energia, defesa e segurança alimentar, mas que está ensombrada pelo impasse na adoção do sexto pacote de sanções, que contempla um embargo - ainda que progressivo, gradual e com exceções - às importações de petróleo russo, rejeitado pela Hungria, face à sua grande dependência.
Nos últimos dias, a presidência francesa do Conselho e a Comissão Europeia desenvolveram esforços com vista a alcançar um compromisso, que levante designadamente as objeções de Budapeste, e a proposta atualmente sobre a mesa reforça as exceções para a Hungria, contemplando que o embargo -- que de todo o modo só terá efeitos dentro de seis meses -- abranja apenas o petróleo transportado por via marítima, o que representa dois terços das importações europeias, permitindo que países sem costa, como Hungria, Eslováquia e República Checa, continuem a receber petróleo russo através de oleoduto.
Ainda assim, à chegada à cimeira, o primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, negou que haja já um acordo político em torno desta nova proposta, reclamando mais exceções e compensações - designadamente fundos europeus para "infraestruturas energéticas", e dirigiu duras críticas à Comissão Europeia, que acusou de ter um "comportamento irresponsável", por ter avançado com este sexto pacote de sanções sem consultar as capitais.
Fontes europeias indicaram que "o Conselho Europeu pretende alcançar hoje um acordo político sobre um embargo ao petróleo russo", até para evitar que esta cimeira fique marcada pela incapacidade da UE de atuar unida face à Rússia.
A guerra na Ucrânia expôs a excessiva dependência energética da UE face à Rússia, que é responsável por cerca de 45% das importações de gás europeias. A Rússia também fornece 25% do petróleo e 45% do carvão importado pela UE.
A Rússia invadiu a Ucrânia em 24 de fevereiro, o que mereceu a condenação da generalidade da comunidade internacional, nomeadamente da UE, que já adotou cinco pacotes de sanções a Moscovo e tenta chegar a acordo sobre o sexto.