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Comissão Europeia alerta Madrid para "riscos políticos" e pede "estabilidade"

Bruxelas considera que a indefinição em torno da formação do Governo espanhol apresenta "riscos políticos" e gera desconfiança sobre a capacidade do país para prosseguir o plano de reformas iniciado por Rajoy.

Jean-Claude Juncker
25 de Janeiro de 2016 às 16:07
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A Comissão Europeia teme que os graves desequilíbrios que ainda afectam a economia espanhola possam ser agravados com os "riscos políticos" decorrentes da incerteza em torno da formação de governo. De acordo com o El País, que teve acesso a um relatório da Comissão sobre a situação espanhola em 2016, mas que só será publicado em Fevereiro, Bruxelas considera que a economia espanhola continua a apresentar "desequilíbrios enormes".

 

A instituição liderada por Jean-Claude Juncker acredita que esses "desequilíbrios" poderão ser agravados pelos "riscos políticos" decorrentes da situação política no país, numa altura em que, mais de um mês depois das legislativas de 20 de Dezembro, os partidos continuam sem chegar a acordo para a formação de Governo. Algo que poderá colocar em causa a agenda de reforma do país, teme a Comissão.

 

"As dificuldades para formar Governo poderiam desacelerar a agenda de reformas e provocar uma perda de confiança e uma deterioração do sentimento do mercado", pode ler-se no relatório da instituição europeia citado por aquele diário espanhol.

 

E apesar de considerar que a economia espanhola está a recuperar progressivamente, estando mesmo a criar emprego, a Comissão Europeia aponta os elevados níveis de dívida pública e privada, bem como a ainda alta taxa de desemprego, como factores que conferem "vulnerabilidade" à situação do país.

 

Na semana passada, comentando o facto de Espanha continuar sem Governo, Juncker defendeu que "Espanha precisa de estabilidade política".

 

Nos últimos dias parece ter ficado reafirmada a indisponibilidade do PSOE para apoiar um Governo do PP do primeiro-ministro espanhol agora em funções, Mariano Rajoy. No entanto, Albert Rivera, líder do Cidadãos, insiste na ideia de uma solução de bloco central à qual o seu partido asseguraria apoio parlamentar. Tudo para evitar "deixar a economia espanhola nas mãos do Podemos".

 

Mas o secretário-geral socialista, Pedro Sánchez, continua apostado em chegar ao Governo para mudar o rumo das políticas seguidas por Rajoy. Entretanto, o Podemos defende um Governo das esquerdas, em que também inclui a Esquerda Unida (IU), mas Pablo Iglesias só está disposto a apoiar um Executivo liderado pelo PSOE se ele próprio for o número dois desse Governo.

 

Esta segunda-feira Sánchez avisou Iglesias e que não liderará um "Governo baseado na desconfiança". E Rajoy, depois de admitir não reunir, neste momento, o apoio necessário para ser investido primeiro-ministro e consequentemente formar Governo, não desiste de ser ele a chefiar o próximo Executivo. Antecipando que os 60 dias previstos para a formação de Governo serão esgotados sem ser encontrada uma solução governativa, o PP acredita que, em eventuais novas eleições, tanto os conservadores como o Cidadãos poderão crescer eleitoralmente de forma a garantir um Governo estável. 

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