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Brexit: Tusk não espera avanço na cimeira esta semana e em Dezembro só com "muito trabalho"

O presidente do Conselho Europeu disse hoje não esperar qualquer avanço nas negociações sobre o Brexit na cimeira de quinta e sexta-feira em Bruxelas, e advertiu que só com "muito trabalho árduo" haverá progressos no Conselho em Dezembro.

O presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, manifestou-se 'profundamente sentido' com a morte de Mário Soares, destacando o seu 'papel essencial' na consolidação da democracia portuguesa e 'como impulsionador da adesão de Portugal' à União Europeia.
Numa mensagem de condolências enviada ao primeiro-ministro, António Costa, e que pede que seja estendida à família de Mário Soares e ao Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, o presidente do Conselho Europeu aponta que ficou 'profundamente sentido ao tomar conhecimento do falecimento de Mário Soares', sendo este o momento de lamentar a sua perda e 'reflectir sobre a sua vida política'.
'Recordo o papel essencial que Mário Soares desempenhou na consolidação da democracia portuguesa - enquanto primeiro chefe de governo constitucionalmente eleito, e Presidente da República - e como impulsionador da adesão de Portugal às Comunidades Europeias', escreve Tusk na mensagem enviada hoje a António Costa e divulgada em Bruxelas.
18 de Outubro de 2017 às 17:53
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"Não espero nenhum tipo de avanço amanhã (quinta-feira). Temos que trabalhar mesmo muito arduamente entre Outubro e Dezembro para finalizar esta chamada ‘primeira fase’ e começarmos as negociações sobre as nossas relações futuras com o Reino Unido", disse Donald Tusk (na foto), numa conferência de imprensa em Bruxelas, na véspera de uma cimeira de chefes de Estado e de Governo da UE onde se fará o ponto da situação das negociações.

 

Afirmando-se "absolutamente seguro de que ainda é possível terminar em Dezembro a primeira fase" das negociações - ou seja, os termos do ‘divórcio’, antes de se passar à fase seguinte, sobre as relações futuras entre o Reino Unido e os 27 -, o presidente do Conselho insistiu todavia que, para tal, é preciso mais do que "visões muito promissoras", numa alusão aos discursos da primeira-ministra britânica, Theresa May.

 

"Precisamos de propostas mais concretas do lado britânico, para ser sincero", disse, sustentando que "o que é necessário hoje são discussões muito concretas no processo formal de negociações", e não "um jogo político com comunicação e algum espectáculo".

Questionado sobre declarações do presidente do Parlamento Europeu, Antonio Tajani, que, em entrevista à BBC, classificou a alegada oferta do Reino Unido de "pagar" uma factura de 20 mil milhões de euros à UE para saldar os seus compromissos, como "amendoins" ("peanuts", na expressão inglesa), Tusk escusou-se a comentar, recorrendo à ironia.

"Nunca vi 20 mil milhões de amendoins na minha vida, pelo que me é difícil comentar este género de metáforas", limitou-se a dizer.

Os chefes de Estado e de Governo da União Europeia reúnem-se em Bruxelas, entre quinta e sexta-feira, numa cimeira na qual vão discutir as negociações com o Reino Unido para o Brexit e o futuro da União a 27.

A questão do Brexit será discutida nos dois dias de cimeira, pois na quinta-feira à noite a primeira-ministra britânica Theresa May faz questão de partilhar com os seus parceiros europeus as suas "reflexões sobre o ponto da situação das negociações", e na sexta de manhã os líderes da UE a 27, já sem May na sala, discutirão entre si como prosseguir essas negociações, além de um debate sobre o caminho a seguir sem o Reino Unido.

 

Relativamente às negociações em torno do Brexit, o Conselho Europeu deverá constatar que não foram feitos progressos suficientes nos últimos seis meses para se passar à próxima fase das negociações -- a UE só aceita discutir as futuras relações (designadamente comerciais) com o Reino Unido uma vez acertados os princípios do "divórcio" -, mas ao mesmo tempo deixar um sinal político positivo.

Por ocasião da reunião de chefes de diplomacia da UE celebrada na passada segunda-feira no Luxemburgo, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, indicou que Portugal defende que o Conselho Europeu dê um "sinal político de empenhamento" da União Europeia a 27 e do Reino Unido em avançar com as negociações e que estas não estão "bloqueadas".

 

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