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Aznar diz que a melhor foto que tem foi a tirada na Cimeira das Lajes em 2003
O ex-presidente do Governo espanhol, José Maria Aznar, assegura que a melhor foto que tem é aquela que tirou nos Açores, em 2003, ao lado de Durão Barroso, George W. Bush e Tony Blair, e onde foi decidida a intervenção militar no Iraque.
"Nunca tive uma foto melhor do que a dos Açores", disse José Maria Aznar na quarta-feira à noite, 5 de Abril, no programa "A minha casa é a tua" do canal televisivo espanhol Telecinco.
George W. Bush (Estados Unidos), Tony Blair (Reino Unido) e José Maria Aznar (Espanha), recebidos pelo primeiro-ministro português da altura, José Manuel Durão Barroso, reuniram-se no arquipélago dos Açores, na tarde de 16 de Março de 2003, para uma cimeira que culminou, quatro dias depois, na madrugada de 20 do mesmo mês, com o início da intervenção militar no Iraque.
José Maria Aznar garantiu que iria "100 vezes, 100.000 vezes, se o interesse de Espanha estivesse em jogo" e sublinhou que nessa foto está com os seus aliados: "com o meu vizinho Portugal, com o aliado mais forte, Estados Unidos, e com um grande país como é o Reino Unido", disse.
O ex-chefe do Governo espanhol sublinha que essa imagem era a expressão fundamental da política Atlântica, que acredita ser a liberdade, a democracia e a tolerância.
"Eu, pelo interesse nacional, vou aos Açores e à Patagónia. Onde for preciso", insistiu, antes de acrescentar: "Que havia armas que depois não apareceram, isso é outra coisa".
Aznar considera que foi difícil ter decidido uma intervenção militar no Iraque e interroga-se se será melhor não intervir, por exemplo, na Síria com tudo o que está a acontecer nesse país.
"As decisões custam, mas às vezes são absolutamente inevitáveis e a segurança e a liberdade têm o seu preço", disse.
Na reunião que teve lugar na ilha Terceira (Açores) saiu um ultimato às Nações Unidos e a Saddam Hussein, então presidente do Iraque, no sentido de se evitar uma intervenção militar nesse país.
"Ou o Iraque se desarma ou é desarmado pela força", disse George W. Bush, na conferência de imprensa final da Cimeira das Lajes.
Bush referia-se à hipótese, que se pensava na altura como sendo credível, de o Iraque dispor de armas de destruição em massa, nomeadamente químicas.
A suspeita, que foi a principal justificação oficial para a intervenção militar externa no país, viria a revelar-se infundada e nunca suficientemente sustentada, como reconheceram, anos mais tarde, todos os participantes da Cimeira das Lajes.