Notícia
Se Putin vencer a Ucrânia, é provável que avance para países da NATO, avisa vice-presidente da Comissão
Em entrevista ao Politico, Valdis Dombrovskis não tem medo das palavras: o vice-presidente da Comissão Europeia diz que as medidas do Ocidente não estão a travar as ambições da Rússia. Todas as opções têm de estar em cima da mesa, defende.
08 de Março de 2022 às 13:47
"Se não apoiamos a Ucrânia, não vai parar na Ucrânia. Claramente, Putin está num modo de guerra agressivo e infelizmente é provável que esta agressão continue noutros países" - o aviso é de Valdis Dombrovskis, vice-presidente da Comissão Europeia, e foi deixado numa entrevista ao Politico, publicada esta segunda-feira, à noite. Num tom assertivo, Dombrovskis avisa que se não for detido agora, o líder russo poderá avançar para países pertencentes à NATO, como a Lituânia, a Letónia e a Estónia, para controlar o Mar Báltico.
O vice-presidente da Comissão apontou para a "escalada de retórica agressiva" e para declarações russas que defendem os interesses da Bielorrússia no acesso ao Mar Báltico. "Também na Ucrânia começou com o aumento da retórica anti-ucraniana", frisou.
Dombrovskis defende que a estratégia do Ocidente não está a dar resultados e que é preciso manter todas as opções em aberto. "A questão é: até que ponto estamos a ceder a esta chantagem porque ela pode ser usada em qualquer momento, contra qualquer coisa? Putin vai continuar com as suas guerras agressivas, ele vai sempre usar esta chantagem", disse Dombrovskis, que já foi primeiro-ministro da Letónia e cresceu na União Soviética.
"Isto são lições que já devíamos ter aprendido. O apaziguamento do agressor não está a funcionar, e o agressor precisa de ser travado por todos os meios", argumentou.
Sobre os avanços pela via diplomática, o comissário mostrou-se pouco confiante: "A questão é até que ponto trazem alguns resultados tangíveis no que diz respeito a parar a guerra, ou pelo menos a providenciar corredores humanitários. Neste momento, infelizmente nada disto se materializou", lamentou.
A Comissão Europeia está a preparar medidas para reduzir a dependência económica da União Europeia em relação à Rússia, incluindo na área da energia. Mas a hipótese lançada pelos Estados Unidos de boicotar as importações de petróleo russo não é consensual entre os Estados-membros.
Olaf Scholz, chanceler alemão, já se mostrou contra a ideia, frisando que o fornecimento de energia à Europa para aquecimento, mobilidade, eletricidade e para a indústria "não pode ser assegurado de nenhuma outra forma", sendo por isso "de importância essencial para o provimento de serviços públicos e para o quotidiano" dos cidadãos.
O vice-presidente da Comissão apontou para a "escalada de retórica agressiva" e para declarações russas que defendem os interesses da Bielorrússia no acesso ao Mar Báltico. "Também na Ucrânia começou com o aumento da retórica anti-ucraniana", frisou.
"Isto são lições que já devíamos ter aprendido. O apaziguamento do agressor não está a funcionar, e o agressor precisa de ser travado por todos os meios", argumentou.
Sobre os avanços pela via diplomática, o comissário mostrou-se pouco confiante: "A questão é até que ponto trazem alguns resultados tangíveis no que diz respeito a parar a guerra, ou pelo menos a providenciar corredores humanitários. Neste momento, infelizmente nada disto se materializou", lamentou.
A Comissão Europeia está a preparar medidas para reduzir a dependência económica da União Europeia em relação à Rússia, incluindo na área da energia. Mas a hipótese lançada pelos Estados Unidos de boicotar as importações de petróleo russo não é consensual entre os Estados-membros.
Olaf Scholz, chanceler alemão, já se mostrou contra a ideia, frisando que o fornecimento de energia à Europa para aquecimento, mobilidade, eletricidade e para a indústria "não pode ser assegurado de nenhuma outra forma", sendo por isso "de importância essencial para o provimento de serviços públicos e para o quotidiano" dos cidadãos.