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Sanções a Moscovo levam exportações de gás da Gazprom a cair 45,1% em 2022

Após as sanções económicas impostas pelo Ocidente contra a Rússia, em reação à sua intervenção militar na Ucrânia, Moscovo reduziu drasticamente as suas exportações de hidrocarbonetos para a União Europeia (UE).

O bloqueio ao gás e ao petróleo russos está a conduzir a uma escalada dos preços da energia.
Denis Sinyakov/Reuters
02 de Janeiro de 2023 às 13:47
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As exportações de gás da Gazprom para os países não pertencentes ao bloco soviético, principalmente a Europa, recuaram em 45,1% este ano, anunciou esta segunda-feira a empresa de energia russa.

O presidente executivo da Gazprom, Alexei Miller, disse em comunicado que o grupo energético embarcou 100.900 milhões de metros cúbicos de gás em 2022 para os países longínquos, ou seja que não incluem as antigas repúblicas soviéticas.

Em 2021, a Gazprom tinha exportado 185.1000 milhões de metros cúbicos para esses mesmos países.

Após as sanções económicas impostas pelo Ocidente contra a Rússia, em reação à sua intervenção militar na Ucrânia, Moscovo reduziu drasticamente as suas exportações de hidrocarbonetos para a União Europeia (UE).

No início de dezembro, a UE, os países do G7 e a Austrália também concordaram em limitar o preço das exportações de petróleo da Rússia a 60 dólares o barril, na esperança de privar a Rússia de obter receitas.

Em resposta, a Rússia anunciou que proibiria a partir de 1.º de fevereiro a venda do seu petróleo a países estrangeiros que usem este limite do preço de petróleo.

Para compensar as perdas, a Rússia está tentar aumentar as suas entregas.

Desde que invadiu a Ucrânia, em 24 de fevereiro do ano passado, a Rússia diminuiu os seus fornecimentos de gás à Europa em resposta às sanções que lhe têm sido impostas devido à guerra na Ucrânia.

Os países europeus, por sua vez, também têm procurado reduzir a sua excessiva dependência dos fornecimentos russos, recorrendo a outros mercados, nomeadamente os Estados Unidos.

De acordo com os dados da Gazprom, citados pela agência Efe, a empresa russa produziu 394.100 milhões de metros cúbicos de gás entre 01 de janeiro e 15 de dezembro do ano passado, o que representa uma queda de 19,6%, isto é, 96.300 milhões de metros cúbicos relativamente a 2021.

A Gazprom revelou ainda no comunicado divulgado que as exportações de gás para a China têm aumentado utilizando o gasoduto "Power of Siberia" e ao abrigo de um contrato de longo prazo com a China National Petroleum Corporation (CNPC).

O gigante do gás russo disse também que as entregas "excedem regularmente as quantidades diárias estipuladas no contrato".

Algumas horas depois de terem sido divulgados estes resultados sobre a Gazprom, o Presidente russo, Vladimir Putin, garantiu que a Rússia vai aumentar o fornecimento de gás à Ásia para 88.000 milhões de metros cúbicos até 2030.

"Um passo importante para reduzir o impacto das sanções e outras ações hostis contra a Rússia será o desenvolvimento de infraestruturas portuárias e de condutas no sul e no leste, incluindo o aumento da exportação de gás natural", explicou o líder russo.

Putin referiu também que o aumento será possível com projetos como o campo de Kovyktinskoye na Sibéria, o gasoduto "Power of Siberia 2", que passará pela Mongólia até à China, e a rota do Extremo Oriente.

Estes projetos aumentarão o fornecimento de gás à Ásia para 48.000 milhões de metros cúbicos até 2025 e 88.000 milhões de metros cúbicos até 2030, adiantou o Presidente russo.

O líder russo disse também que os novos projetos de gás natural liquefeito em Yamal (norte) aumentarão a produção em 70.000 milhões de metros cúbicos até 2030, o que permitirá expandir a geografia das exportações.

A venda de petróleo da Rússia para "países amigos" aumentou quase 25% nos primeiros nove meses de 2022, disse ainda Putin numa reunião do Conselho para o Desenvolvimento Estratégico e Projetos Nacionais.

Na sequência do limite imposto pelo G7, Austrália e União Europeia ao petróleo russo, bem como do embargo da UE ao petróleo bruto através do transporte marítimo, Putin disse que a Rússia vai redirecionar o fornecimento dos seus recursos energéticos para os mercados de países amigos.

Continuará também a procurar novos parceiros promissores em regiões de rápido crescimento da economia mundial, nomeadamente na Ásia, América Latina, África e no Médio Oriente, acrescentou.
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