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Macron reafirma que poderão ser necessárias operações militares do Ocidente na Ucrânia

O Presidente francês acredita que "a dada altura" operações terrestres poderão ser necessárias para "contrariar forças russas", mas gaarntiu que não tomará qualquer iniciativa.

Negócios com Lusa 17 de Março de 2024 às 09:57

O Presidente francês, Emmanuel Macron, voltou a afirmar que as operações terrestres ocidentais na Ucrânia poderão ser necessárias "a dada altura", em declarações após um encontro com o chanceler alemão, Olaf Scholz, e o primeiro-ministro polaco, Donald Tusk.

"Talvez a dada altura - não quero, não vou tomar a iniciativa - tenhamos de ter operações no terreno, sejam elas quais forem, para contrariar as forças russas", disse Macron em entrevista com o Le Parisien depois de regressar de Berlim, onde se encontrou com os líderes alemão e polaco.

"A força da França é que somos capazes de o fazer", acrescentou.

Na capital alemã, Emmanuel Macron encontrou-se com o chanceler Olaf Scholz e o primeiro-ministro polaco Donald Tusk, numa demonstração de unidade entre os três países.

As agora repetidas declarações de Emmanuel Macron, recusando-se a excluir o envio de tropas terrestres ocidentais para a Ucrânia, causaram confusão entre os aliados de Paris, liderados pela Alemanha, e suscitaram a desaprovação quase unânime da oposição em França.

Na sua entrevista com o Le Parisien, o Presidente francês rejeitou qualquer desacordo no seio do eixo franco-alemão sobre esta questão.

"Quis vir muito rapidamente à Alemanha para não iniciar um debate sobre divergências estratégicas que poderiam existir: elas não existem", sublinhou.

"Nunca houve qualquer desacordo entre mim e o chanceler. Temos pontos de vista muito semelhantes sobre os objetivos e a situação. É a forma como os traduzimos que é diferente", continuou, sublinhando as diferenças das "culturas estratégicas" dos dois países.

"A Alemanha tem uma cultura estratégica de grande prudência, de não-intervenção, e mantém-se afastada da energia nuclear", explicou.

"É um modelo muito diferente do da França, que tem armas nucleares e manteve e reforçou um exército profissional", acrescentou.

O chefe de Estado francês acrescentou que tinha abandonado uma deslocação a Kiev para se deslocar a Berlim, na sexta-feira, para falar com Olaf Scholz e Donald Tusk.

Macron tinha prometido que se encontraria com o Presidente Volodymyr Zelensky na Ucrânia antes de meados de março, uma viagem que já tinha sido marcada para fevereiro e depois adiada. Agora afirma que a visita terá lugar nas próximas semanas.

O Presidente sublinhou também o caráter complementar da ajuda que a França e a Alemanha podem prestar.

"A Alemanha gasta mais do que a França, tem mais folga orçamental, e isso é uma oportunidade. A França pode fazer coisas que a Alemanha não pode", afirmou ao Le Parisien, antes de relativizar o poder da Rússia.

"Não nos devemos deixar intimidar, não estamos a enfrentar uma grande potência. A Rússia é uma potência média com armas nucleares, mas o seu PIB é muito inferior ao dos europeus, inferior ao da Alemanha ou da França", afirmou.

No fim de fevereiro, o Presidente francês afirmou que os líderes internacionais, incluindo da União Europeia (UE), devem preparar-se "para que a Rússia ataque", devendo por isso "fazer mais" para apoiar a Ucrânia, para que ganhe a guerra.

"Nos últimos meses, todos nós fomos sujeitos a mais ataques em termos de informação e de ciberataques e, ao mesmo tempo, verifiquei que praticamente todos os países representados à volta desta mesa puderam dizer […] que o consenso, a análise coletiva era que, dentro de alguns anos, deveríamos estar preparados para que a Rússia ataque", declarou Emmanuel Macron.

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