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China pediu à Rússia para adiar invasão da Ucrânia para depois dos Jogos Olímpicos, diz NYT
O Governo chinês pediu à Rússia, no início de fevereiro, que não iniciasse a invasão da Ucrânia antes do fim dos Jogos Olímpicos de Inverno que decorreram na China, noticia o The New York Times (NYT).
03 de Março de 2022 às 01:59
O diário, que cita fontes do dos Estados Unidos e uma fonte de um Governo europeu, refere que um relatório dos serviços de inteligência ocidental disse que altos funcionários chineses pediram aos seus homólogos russos, no início de fevereiro, para não invadirem a Ucrânia antes do final dos Jogos Olímpicos de Inverno, em Pequim.
A invasão da Ucrânia pela Rússia começou a 24 de fevereiro, quatro dias depois da cerimónia de encerramento do evento desportivo.
O Presidente chinês, Xi Jinping, e Putin cerraram fileiras contra o Ocidente numa reunião realizada em 04 de fevereiro em Pequim e prometeram enfrentar juntos o que consideram "ameaças à segurança", após se encontrarem na véspera da abertura dos Jogos Olímpicos de Inverno.
Num comunicado conjunto, ambos os líderes manifestaram a sua oposição "a uma maior expansão da NATO" e pediram à Organização Transatlântica para que abandonasse as "mentalidades da 'guerra fria'" e respeite "os interesses e a soberania de outros países".
De acordo com autoridades britânicas citadas pelo New York Times, esta declaração conjunta foi um sinal claro do apoio chinês, algo que Pequim teria relutado em fazer se Putin planeasse escurecer os Jogos Olímpicos com um ataque antes da cerimónia de encerramento.
No entanto, o diário aponta que as fontes não coincidem sobre o nível em que se mantiveram as conversações sobre a invasão e sobre o pedido de adiamento.
Segundo uma fonte citada pelo New York Times, os detalhes sobre o ataque não precisaram de ser entre Putin e Xi.
O diário também assegura que, segundo fontes do governo norte-americano, em meia dúzia de reuniões entre representantes de Washington e Pequim, incluída uma com o embaixador chinês horas antes do começo da invasão, os responsáveis mostraram o seu ceticismo sobre um ataque russo contra a Ucrânia.