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UE: António Costa espera que “renovação de votos” se traduza em “respostas concretas”
O primeiro-ministro, António Costa, disse ter “muito esperança e confiança” em que a “renovação de votos” feita este sábado, 25 de Março, pelos líderes da União Europeia em Roma, por ocasião dos 60 anos do projecto europeu, se traduza em “respostas concretas”.
"É muito importante que esta celebração que hoje aqui fazemos possa continuar amanhã e para que isso aconteça é fundamental podermos responder de uma forma positiva àquilo que são os anseios, as angústias, o medo que muitos cidadãos têm e para os quais a União Europeia [UE] é mesmo a única entidade que pode dar uma boa resposta e uma resposta positiva", declarou o chefe de Governo, minutos depois de assinar com os restantes líderes a "Declaração de Roma".
Considerando que a cerimónia deste sábado, 25 de Março, no Capitólio "esteve à altura destes 60 anos e da celebração" daquilo que foi feito até agora, António Costa afirmou que "o passado foi um sucesso", embora nem tudo tenha corrido da melhor forma, e sublinhou que "o importante é aprender as lições do passado" para responder melhor aos desafios futuros.
"Que nem tudo foi como sonhámos, sim, claro, nem tudo foi o que sonhámos, mas se soubéssemos na altura o que sabemos hoje porventura teríamos feito as coisas de uma forma diferente. O que é importante é aprender as lições do passado e responder àquilo que são as exigências relativas ao futuro. E o que é certo é que todos os desafios serão melhor respondidos conjuntamente no quadro da UE […]. Sem a UE estaríamos seguramente piores", declarou.
Comentando uma cerimónia que considerou "inspiradora", Costa disse ter sido "particularmente comovente ouvir o presidente [do Conselho Europeu] Donald Tusk", provavelmente por partilhar com o líder polaco "uma história semelhante de privação de liberdade e de privação de democracia".
Na sua intervenção, Tusk, nascido precisamente há 60 anos, recordou que a sua cidade natal, de Gdansk, na Polónia, foi "destruída em poucos dias" por Hitler e Estaline.
"Imaginei como é que os meus pais estavam há 60 anos", disse António Costa, saudando o facto de hoje os europeus se encontrarem "em liberdade e democracia, partilhando um projecto comum".
No seu entender, isto demonstra como, apesar das dificuldades, "nada teria sido possível sem este percurso" de 60 anos de projecto europeu e de 30 anos no caso de Portugal.
"Pudemos beneficiar do alargamento sucessivo da UE e hoje partilhamos este projecto, que começou a seis, hoje vai prosseguir a 27 e no futuro, quem sabe, como novos parceiros neste projecto europeu", disse.
Fazendo votos para que "a celebração de hoje seja o primeiro dia de celebração ao longo dos próximos anos", Costa saudou os objectivos traçados na "Declaração de Roma", que espera ver concretizados.
"Tenho muita esperança e confiança em que esta renovação de votos que hoje aqui fizemos possa ter uma tradução na realidade, não em revisões de tratados, não em grandes debates institucionais, mas em respostas concretas para podermos ter uma maior convergência económica, maior coesão, um crescimento mais sustentado, maior criação de emprego, emprego com maior qualidade, maior solidariedade entre todos nós", disse, sublinhando também o reforço da protecção "face a ameaças externas e à grande ameaça interna que é o terrorismo".
Os chefes de Estado e de Governo da União Europeia celebraram hoje, em Roma, os 60 anos do projecto europeu, comprometendo-se a trabalhar para uma União ainda mais forte e unida nos próximos 10 anos.
Os líderes de 27 Estados-membros – o Reino Unido, em processo de saída do bloco europeu (Brexit), já não participou nas comemorações na capital italiana – adoptaram a "Declaração de Roma", na qual manifestam "orgulho" pelos feitos alcançados ao longo de 60 anos de história e apontam o caminho a seguir, admitindo uma UE a diferentes velocidades mas "na mesma direcção".