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Recuperação económica não afecta positivamente situação social na UE

Os dados económicos que mostram que a União Europeia já segue o caminho da recuperação não tiveram, contudo, efeitos notórios na melhoria das condições de vida das populações europeias.

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31 de Março de 2014 às 13:47
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A análise trimestral da Comissão Europeia (CE) sobre o emprego e a situação social na Europa, divulgada esta segunda-feira, mostra que os dados da recuperação económica europeia registados não assumem relevância suficiente para que a situação social progrida. Pelo contrário, em 2013 os níveis de pobreza terão mesmo aumentado.

 

“A economia da União Europeia (UE) está pouco a pouco a regressar à via do crescimento, mas a situação de muitas famílias e pessoas ainda não regista melhorias”, resume o comissário europeu do Emprego, Assuntos Sociais e Inclusão, László Andor, citado em comunicado.

 

Andor acrescenta ainda que os “Estados-membros e a UE devem intensificar as acções para assegurar que, neste esforço de saída da crise, ninguém é esquecido”, para depois concluir que “há que dar maior ênfase ao investimento nas pessoas”.

 

Entre as conclusões e previsões desta análise da CE denota que apesar do crescimento de 0,1% do emprego no segundo semestre de 2013, os números do terceiro e quarto trimestres do ano passado mostram que cada vez em mais Estados-membros da União o “crescimento económico não foi acompanhado da criação de emprego”.

 

A instituição liderada pelo português Durão Barroso alerta para a pobreza e exclusão social que deverá ter continuado a aumentar em 2013 nos países onde a situação económica e do mercado de trabalho continuou a deteriorar-se. A CE nota que a pobreza e exclusão social terá aumentado em um terço dos membros da UE.

 

Em Portugal e na Grécia a perda de poder de compra é explicada pela prossecução das reformas do sistema fiscal e de prestações sociais, nos últimos dois anos, que determinou um corte nos rendimentos da maioria das famílias.  

 

Vida das famílias

 

A análise da CE aponta também para a degradação da qualidade de vida da generalidade das famílias. Em 2013, mesmo com um ligeiro aumento do produto interno bruto na Zona Euro, o rendimento bruto disponível do agregado familiar manteve uma variação negativa em termos reais, mesmo que a um ritmo mais lento, em termos homólogos.

 

A tendência para o agravamento das dificuldades financeiras das famílias também se mantém. Segundo a Comissão, estas dificuldades vêm aumentando desde 2010 e obrigam cada vez mais pessoas a recorrer às suas poupanças e a recorrer ao crédito para fazer face às despesas do dia-a-dia.

  

Emprego

 

Em Janeiro deste ano o número de desempregados mantinha-se em níveis históricos com cerca de 26 milhões de pessoas (10,8% da população activa) à procura de emprego. Paralelamente aos números de desocupação, a CE nota que a estabilidade no emprego “diminuiu consideravelmente” apesar do contínuo abrandamento, do crescimento dos custos unitários do trabalho, registado na Zona Euro em 2013.

 

Face ao problema das elevadas taxas de desemprego e de sustentabilidade dos sistemas de Segurança Social, a CE aposta no Pacote de Investimento Social, de Fevereiro de 2013, no qual insta os países da UE a dar “prioridade ao investimento social e a modernizar os respectivos sistemas de providência”.

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