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Marine Le Pen defende em Nantes um Estado mais forte contra imigração
A candidata de extrema-direita à presidência francesa, Marine Le Pen, disse hoje querer fortalecer o Estado contra a imigração, a globalização e a União Europeia (UE), numa reunião em Nantes, marcada por protestos de opositores.
Aumentar o mandato presidencial, de cinco para sete anos, privilegiar o acesso de franceses ao emprego público, combater a imigração com "dureza total" são vectores do discurso de Le Pen, em Nantes, marcado igualmente por críticas à comunicação social.
A Frente Nacional (FN) reuniu perto de 4.000 pessoas numa sala de espectáculos fora da cidade, apesar das tentativas, dos manifestantes, de bloquearem os acessos, o que obrigou a polícia a utilizar dezenas de agentes das brigadas anti-distúrbios.
Os manifestantes queimaram pneus em estradas e auto-estradas de acesso ao local, e atacaram alguns dos autocarros que transportavam simpatizantes da candidata presidencial.
Alguns chegaram mesmo a ser detidos nas bermas, enquanto os autocarros foram pintados de branco, o que obrigou à actuação dos agentes anti-distúrbios.
No sábado, véspera do encontro, uma manifestação com mais de 2.000 pessoas acorreu ao centro da cidade, tendo-se verificado confrontos entre manifestantes e forças da ordem, dos quais resultaram uma dezena de feridos e algumas detenções.
Os distúrbios começaram quando um grupo de militantes da extrema-esquerda começou a lançar 'cocktails molotov' contra os agentes e a destruir mobiliário urbano, tendo a polícia respondido com o lançamento de gás lacrimogéneo.
Nantes acolhe há semanas grupos de extrema-esquerda que se opõem à construção de um aeroporto na periferia.
O noroeste da França é uma das zonas onde a FN tem piores resultados eleitorais, pelo que foi escolhida por Marine Le Pen para aí iniciar uma ronda de reuniões, a menos de dois meses das eleições presidenciais.
A líder direitista acusou o governo do presidente francês François Hollande de cumplicidade com os manifestantes, considerando tratar-se de uma "debilidade" do Estado.
Para Marine Le Pen, todos os presidentes de França, tanto de esquerda como de direita, reduziram a função à "insignificância" e entregaram o Estado aos "interesses do capital".
"As forças financeiras avançam no nosso país e a UE não é mais que o seu cavalo de batalha", disse a candidata, citando como exemplo a recente aprovação do tratado livre de comércio entre a UE e o Canadá.
Le Pen prometeu ainda alterar o tempo de mandato presidencial para sete anos, contra os cinco atuais, a fim de dar ao chefe de Estado "a autoridade e liberdade que não tem quando estão a pensar na reeleição".
Disse ainda que, no mundo actual, é ela a mais bem colocada para representar França. "Como vão os outros falar com Donald Trump se não param de o criticar?", acrescentou.
Le Pen criticou ainda os meios de comunicação, acusando-os de ocultarem a verdade e favorecerem os outros candidatos, o que fez com que "perdessem o apoio dos franceses que preferem informar-se através da internet".
A candidata prometeu ainda uma "dureza total" contra a imigração e reiterou o seu projeto de guardar os postos públicos para os franceses, ao mesmo tempo que prometeu reforçar as fonteiras e acelerar as expulsões.