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Maioria absoluta de Macron ofuscada pela abstenção

Apesar de confirmada a maioria absoluta de Macron, o mandato presidencial pode sair fragilizado pela elevada abstenção.

Reuters
19 de Junho de 2017 às 20:57
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O presidente francês, Emmanuel Macron e o seu República em Marcha obtiveram este domingo a almejada maioria absoluta no Parlamento gaulês, ainda que abaixo das expectativas criadas.

O presidente centrista e o governo liderado pelo conservador Édouard Philippe, garantiram assim um suporte parlamentar de 350 deputados num total de 577 assentos, já que aos 308 deputados do movimento lançado por Macron há um ano se juntam os 42 mantados do MoDem, partido que se aliou ao República em Marcha (LREM) e cujo líder, François Bayrou, é o actual ministro da Justiça.

Os partidos tradicionais do centro-esquerda e centro-direita, PSF e Republicanos, respectivamente, que já não tinham levado os seus candidatos à segunda volta presidencial, viram agora a sua representação diminuir significativamente. Confirma-se vitoriosa a estratégia de Macron, que em pouco tempo promoveu um movimento anti-partidos, chegou ao Eliseu e conquistou uma maioria.

Os socialistas sofrem a maior derrota - que ditou de imediato a demissão do líder Christophe Cambadélis -, enquanto os conservadores caem mas conseguem conter danos face às sondagens que apontavam para uma queda mais abrupta. A Frente Nacional consegue um resultado positivo, quadriplicando a sua representação e elegendo, pela primeira vez, a líder Marine Le Pen. Já as forças de extrema-esquerda reforçam a presença parlamentar.

Porém, a vitória do movimento de Macron fica ensombrada pela enorme taxa de abstenção (57%), a mais elevada em eleições legislativas desde 1958, ano em que foi aprovada a Constituição em vigor. A oposição defende que a inédita abstenção enfraquece a legitimidade do mandato presidencial de Macron. Le Pen considera que as ideias de Macron estão em minoria no país e Jean-Luc Mélenchon (líder do França Insubmissa que conseguiu eleger um grupo parlamentar) afiança que o presidente não poderá aprofundar a reforma laboral que iniciou enquanto ministro da Economia, e que merece a reprovação da maioria do eleitorado.

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