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Escócia deverá assegurar controlo sobre políticas fiscais
A decisão dos trabalhistas de deixar cair a oposição à transferência das responsabilidades em matéria fiscal para a Escócia, deverá assegurar às autoridades escocesas o total controlo sobre eventuais subidas de impostos. Trabalhistas defendem que tal garante uma maior responsabilização do parlamento escocês.
O parlamento escocês deverá garantir o total controlo sobre a política e arrecadação de receita fiscal depois de o Partido Trabalhista ter recuado na oposição a esta possibilidade.
De acordo com a notícia do The Guardian, os trabalhistas, que até aqui se opunham à transferência completa da soberania fiscal para as autoridades escocesas, acabaram por ceder de forma a diminuir as pressões independentistas, isto apesar de o referendo de 18 de Setembro ter decidido a favor da manutenção no Reino Unido.
O recuo dos trabalhistas acontece numa altura em que sondagens recentes indicam que 52% dos escoceses, um máximo histórico, apoiam o Partido Nacionalista Escocês, força partidária que se assumiu como principal impulsionadora do referendo de Setembro. As mesmas sondagens mostram uma quebra dos trabalhistas escoceses naquele que é o seu grande bastião eleitoral.
O volte-face no seio do Partido Trabalhista deverá acontecer ainda esta terça-feira, adianta o The Guardian, aguardando-se que Jim Murphy, apontado como favorito para próximo líder do partido, confirme o apoio à transferência das competências em matéria fiscal para o parlamento escocês.
Murphy defende que a transferência destas competências para o palácio de Holyrood, parlamento escocês, garantirá uma maior responsabilização dos responsáveis escoceses na medida em que "vai criar uma relação clara entre o aumento de impostos e a despesa pública, algo que não existe actualmente".
Até aqui os trabalhistas sustentavam, como elucidam as palavras de Alistair Darling, que o controlo absoluto sobre a política fiscal pela Escócia acabaria por resultar no aumento dos custos de financiamento do Reino Unido.