Notícia
Crescimento das exportações tira Itália da recessão no arranque de 2019
A economia italiana recuperou o folgo no primeiro trimestre de 2019 graças às exportações. O país tinha estado em recessão no segundo semestre de 2018.
A economia italiana cresceu 0,2% em cadeia no primeiro trimestre deste ano, saindo da recessão em que mergulhou no segundo semestre de 2018. Após dois trimestres a contrair, Itália vê o PIB crescer novamente e superar a expectativa dos economistas, ainda que a um ritmo mais lento do que a média da Zona Euro.
De acordo com a informação divulgada esta terça-feira, 30 de abril, pelo gabinete de estatísticas italiano, o Istat, este desempenho do PIB italiano deve-se à melhoria dos setores agrícola, industrial e dos serviços. Do ponto de vista da procura, a parte interna foi negativa ao passo que a componente externa (exportações) foi positiva.
#istat In the first quarter of 2019 the Italian Gross Domestic Product (#GDP) increased by 0.2% with respect to the previous quarter and by 0.1% over the same quarter of previous year https://t.co/JWiyqoL2q6 pic.twitter.com/mukKkLJdGd
— Istat (@istat_en) 30 de abril de 2019
Em termos homólogos (em comparação com o mesmo trimestre do ano passado), o PIB cresceu apenas 0,1%, perto da estagnação. Tal sugere que as previsões mais pessimistas em relação a Itália podem concretizar-se. Atualmente, o próprio Governo italiano já só prevê um crescimento de 0,2% em 2019. No entanto, a Standard & Poor's, por exemplo, prevê que a economia estagne.
A entrada em recessão técnica (dois trimestres consecutivos de contração) aconteceu no segundo semestre de 2018, altura em que entrou em funções o atual Governo italiano de coligação entre a Liga e o Movimento 5 Estrelas. Os investidores temeram logo desde o início o rumo que os populistas iriam dar à política económica, cobrando juros mais altos à dívida italiana.
O conflito com a Comissão Europeia por causa do Orçamento do Estado para 2019 também contribuiu para agravar os juros italianos, penalizando o custo do financiamento do Estado, mas também da banca e das empresas. Esse perigo coloca-se novamente agora que o Governo se prepara para avançar com medidas para combater a travagem económica que podem colocar em causa o acordo firmado com Bruxelas em relação ao défice e à dívida.
Itália era o único país da União Europeia que se encontrava em recessão, sendo esta a terceira vez que está nessa situação numa década. Apesar de terem travado, os restantes Estados-membros mantiveram-se em expansão durante o segundo semestre do ano passado. No primeiro trimestre deste ano voltaram a acelerar, ainda que de forma ligeira. Segundo os dados do Eurostat divulgados hoje, o PIB da Zona Euro cresceu 0,4% em cadeia, acima das variações dos dois trimestres anteriores.