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"Brace for impact". Boris Johnson continua a perder ministros

Primeiro-ministro britânico luta pela sobrevivência face à sangria de demissões de membros do Governo. Só esta manhã chegou ao número 10 de Downing Street o anúncio de mais três.

Boris Johnson tem agora de lidar com a demissão de dois ministros.
Yves Herman/Reuters
06 de Julho de 2022 às 11:33
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Novas demissões estão a colocar o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, contra as cordas, já que, em menos de 24 horas, contam-se mais de uma dezena, numa sangria iniciada pelos ministros das Finanças e da Saúde. Só esta manhã foram três, dois dos quais ministros.

Will Quince, com a tutela para as Crianças e Família, e Robin Walker, com a pasta das Escolas, foram os últimos a anunciar que estão de saída.

Seguem-se assim aos ministros das Finanças e da Saúde, respetivamente, Rishi Sunak e Sajid Javid, dois pesos-pesados que se demitiram sob o argumento de que perderam a confiança na capacidade de Boris Johnson para liderar o governo.

O duro golpe político infligido ao final da tarde de terça-feira deixou Boris Johnson em alerta máximo relativamente a sinais de uma conspiração para o derrubar, afirmou fonte do governo britânico, sob a condição de anonimato, à Bloomberg. Tanto que, reforçou, a partir desse momento, ele e a sua equipa ficaram à espera de novas demissões, um cenário que acabou por se confirmar logo às primeiras horas desta manhã. 


Com efeito, ao todo, ou seja, em menos de 24 horas, sem olhar apenas ministros, somam-se já 11 demissões entre os conservadores, de acordo com as contas feitas pela Reuters.

Depois de uma luta dramática para fortalecer a sua administração e substituir Sunak and Javid, Boris Johnson prepara-se para um dia difícil de escrutínio. Primeiro vai enfrentar as perguntas na Câmara dos Comuns e, mais tarde, as de comissão parlamentar sobre "integridade na política e o Estado de Direito".

Não obstante, os aliados do primeiro-ministro acreditam que irá lutar pela sobrevivência se seis ou oito dos seus ministros renunciarem, escreve a Bloomberg. Para já, figuras de proa como os secretários de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Defesa, Liz Truss e Ben Wallace, respetivamente, vão continuar a apoiar Boris Johnson, mas nada é dado como garantido, ressalvam as mesmas fontes próximas do número 10 de Downing Street à agência financeira.

A crise política começou na semana passada quando Chris Pincher, que era o número dois da bancada parlamentar dos 'tories', ter resignado ao cargo de 'whip', responsável pela disciplina de voto do partido, na sequência de notícias dando conta de que terá apalpado dois homens. Pincher negou essas alegações em específico, mas na carta de demissão reconheceu estar "embarassado" consigo próprio e por "ter causado aborrecimento" a outros.

O escandâlo agravou-se depois de, no fim de semana, terem surgido mais alegações nesse sentido, com Downing Street a ser obrigada a mudar a sua posição relativamente ao que Boris Johnson sabia e desde quando sabia.

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