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"Brace for impact". Boris Johnson continua a perder ministros
Primeiro-ministro britânico luta pela sobrevivência face à sangria de demissões de membros do Governo. Só esta manhã chegou ao número 10 de Downing Street o anúncio de mais três.
Novas demissões estão a colocar o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, contra as cordas, já que, em menos de 24 horas, contam-se mais de uma dezena, numa sangria iniciada pelos ministros das Finanças e da Saúde. Só esta manhã foram três, dois dos quais ministros.
Will Quince, com a tutela para as Crianças e Família, e Robin Walker, com a pasta das Escolas, foram os últimos a anunciar que estão de saída.
O duro golpe político infligido ao final da tarde de terça-feira deixou Boris Johnson em alerta máximo relativamente a sinais de uma conspiração para o derrubar, afirmou fonte do governo britânico, sob a condição de anonimato, à Bloomberg. Tanto que, reforçou, a partir desse momento, ele e a sua equipa ficaram à espera de novas demissões, um cenário que acabou por se confirmar logo às primeiras horas desta manhã.
Com efeito, ao todo, ou seja, em menos de 24 horas, sem olhar apenas ministros, somam-se já 11 demissões entre os conservadores, de acordo com as contas feitas pela Reuters.
Depois de uma luta dramática para fortalecer a sua administração e substituir Sunak and Javid, Boris Johnson prepara-se para um dia difícil de escrutínio. Primeiro vai enfrentar as perguntas na Câmara dos Comuns e, mais tarde, as de comissão parlamentar sobre "integridade na política e o Estado de Direito".
A crise política começou na semana passada quando Chris Pincher, que era o número dois da bancada parlamentar dos 'tories', ter resignado ao cargo de 'whip', responsável pela disciplina de voto do partido, na sequência de notícias dando conta de que terá apalpado dois homens. Pincher negou essas alegações em específico, mas na carta de demissão reconheceu estar "embarassado" consigo próprio e por "ter causado aborrecimento" a outros.
O escandâlo agravou-se depois de, no fim de semana, terem surgido mais alegações nesse sentido, com Downing Street a ser obrigada a mudar a sua posição relativamente ao que Boris Johnson sabia e desde quando sabia.