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Salários médios sobem 3,8% em termos reais. Setor público passou a liderar

Depois de um período de sucessivas perdas de poder de compra, os salários médios aumentam agora acima da inflação, o que resulta em ganhos reais de 3,8% no primeiro trimestre, abrandando face ao trimestre anterior. Subida no setor público foi no primeiro trimestre ligeiramente mais alta do que no setor privado.

Salários abaixo da média enfrentam o dobro do agravamento fiscal.
Pedro Catarino
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Os salário médio bruto, considerando todas as componentes salariais, aumentou 6,1% para 1.443 euros no trimestre terminado em março de 2024, em termos homólogos, o que resultou num ganho real de 3,8%, de acordo com o Instituto Nacional de Estatística (INE).

"Em termos reais, tendo por referência a variação do Índice de Preços do Consumidor, a remuneração bruta total mensal média aumentou 3,8% e as suas componentes regular e base aumentaram 3,8% e 4,0%", lê-se no destaque do INE.

Os dados, que se baseiam em informação administrativa relativa a 4,6 milhões de postos de trabalho de beneficiários da Segurança Social e a subscritores da Caixa Geral de Aposentações, indicam que o setor público passou a liderar, uma vez que a variação do salário médio foi de 6,3%. Trata-se de uma variação real de 4%, ligeiramente acima da registada no privado (3,9%).

Ainda assim, o ganho real agora registado é inferior ao que se verificou em dezembro, quando a média real rondava os 4,4% nos setores público e privado. É que, em relação ao último trimestre do ano passado, "assistiu-se a uma aceleração dos preços (de 1,7% para 2,2%) e a uma desaceleração das remunerações reais(por exemplo, de 4,4% para 3,8% no caso das remunerações totais)", explica o INE.

Estes ganhos seguem-se a um período de sucessivas perdas de poder de compra, entre dezembro de 2021 e março de 2023, como mostra o gráfico: 




Explica o INE que neste primeiro trimestre os maiores aumentos nominais (e logo reais, porque o indicador de preço aplicado é o mesmo) foram observados nas "Indústrias extrativas" (12,9%), nas empresas de 500 e mais trabalhadores (6,9%), no sector público (6,3%) e nas empresas de "serviços de mercado com forte intensidade de conhecimento" (9,4%)".

Por setores, "foram observadas variações reais positivas da remuneração total para todas as secções da Classificação Portuguesa das Atividades Económicas (CAE)", com a exceção da secção relativa às atividades financeiras e de seguros, "que registou uma diminuição ligeira de 0,2%".

Outros dados administrativos divulgados esta quarta-feira pela Direção-Geral da Administração e do Emprego Público (DGAEP), não comparáveis com esta informação do INE, apontam para uma variação no salário médio bruto (o ganho, que inclui suplementos) de 6,6% em janeiro, em termos homólogos.

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