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Portugal entre países com maior aumento real do salário mínimo

Em cinco anos, o salário mínimo português subiu 36,7% o que, descontando a inflação, corresponde a uma efetiva subida de 17,5%. Foi a sétima mais alta em 30 países da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Económico (OCDE).

O setor da restauração e alojamento foi o que mais contribuiu para mudanças, abrangendo 73 mil trabalhadores.
Mariline Alves
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Entre maio de 2019 e maio de 2024 o salário mínimo português subiu 36,7%, o que, nos cálculos da Organização para a Cooperação o Desenvolvimento Económico (OCDE), corresponde a uma efetiva subida real de 17,5%.

Os dados que constam do "Employment Outlook" relativo a 2024 mostram que esta foi a sétima subida real mais alta dos 30 países analisados pela organização sedeada em Paris.



Durante a crise inflacionista, os salários mais baixos cresceram mais do que os mais elevados, o que estará relacionado com as políticas relativas ao salário mínimo, o que em Portugal é particularmente relevante por cobrir cerca de um quinto dos trabalhadores.

"Em quase todos os países o valor real do salário mínimo já está acima do nível que tinha em 2019 graças a ajustamentos automáticos e discricionários", lê-se no relatório.

No caso português, a evolução nominal explica-se pelo facto de o salário mínimo ter passado de 600 euros por mês em 2019 (o que, por ser pago 14 vezes, dá 8.400 euros anuais) para 820 euros em 2024 (11.480 euros por ano).

Nos valores anuais (que são os que contam, já que nem em todos os países é pago 14 vezes) a diferença nominal é de 36,7%. Os valores reais são calculados pelos autores com base na inflação.

No mesmo período, os maiores ganhos reais foram registados no México, na Turquia, na Polónia e na Letónia (como ilustra o gráfico). Os menores observaram-se nos Estados Unidos (a nível federal), em Israel, na República Checa e em França.

Evolução geral acima da média da OCDE

Confirmando a tendência para maiores aumentos nos salários baixos, em detrimento dos médios ou altos, a OCDE também olha para os salários do conjunto da economia.

A primeira constatação é que na esmagadora maioria dos países os salários reais já estavam em abril deste ano, em termos homólogos, em terreno positivo. Isto em 29 dos agora 35 países analisados – incluindo em Portugal.

Isto é essencialmente explicado pelo abrandamento dos preços, conjugado por exemplo com aumentos do salário mínimo e a própria situação do mercado de trabalho, que de uma forma geral está com níveis de desemprego historicamente baixos.

A OCDE também procura avaliar se, de uma forma geral, os salários por hora já recuperaram o valor real que tinham em 2019. Em Portugal, entre o último trimestre de 2019 e o primeiro deste ano a variação também foi positiva (5,5%), o novo valor mais alto em 35 países, ficando acima da média da OCDE (1,5%).

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