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Revolução tecnológica ameaça o futuro do emprego no Mundo

A actual revolução tecnológica continua a ter um enorme impacto sobre a forma como a economia funciona e muito em particular no modo como as pessoas ganham as suas vidas. Uma das mais importantes questões dos dias de hoje foi tema de debate na terceira e última "Barcelona Challengers Conference", realizada esta semana no Mazda Space, perante a uma audiência internacional de cerca de 150 estudantes, profissionais e activistas sociais.

24 de Setembro de 2015 às 18:08
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No encontro, subordinado ao tema "Tempos de Mudança – Como as Inovações e a Tecnologia Influenciam o Futuro do Emprego", chegou-se ao consenso de que a transformação já em curso da sociedade apenas poderá trazer resultados positivos significativos se existir vontade de fazer as coisas acontecerem, associada a uma prudência de evolução com uma dose saudável de diligências.

 

No âmbito da sua intervenção, Jody Williams, laureada com o Nobel da Paz, manifestou a sua preocupação sobre o facto das novas tecnologias estarem a substituir as pessoas no local de trabalho. "Sempre que as empresas recorrem a tecnologias e não a seres humanos, estão a destruir o vosso negócio porque elas não podem comprar os vossos produtos. Estamos sistematicamente a destruir a sociedade [com esta abordagem]. Premiada com o Prémio Nobel da Paz em 1997 pela sua luta pelo fim do recurso a minas terrestres, a norte-americana tem-se focado mais recentemente nas armas letais autónomas.

 

Outro dos intervenientes, Guy Standing, professor na Escola de Estudos Orientais e Africanos da Universidade de Londres, argumentou que os objectivos cegos em termos de lucros globais, assentes na inovação tecnológica, levaram à formação do denominado "precariado", uma subclasse emergente definida pela falta de segurança económica.

 

Defensor de um rendimento básico universal, Standing apelou a um novo paradigma para o mercado do trabalho em resposta à crescente desigualdade, que promove dificuldades sociais e económicas potencialmente desastrosas.

 

Por sua vez, o empreendedor futurista Federico Pistono, interveio no debate para demonstrar a sua visão menos pessimista do problema, alegando que a tecnologia do presente oferece-nos meios para resolver muitas das situações urgentes do mundo, incluindo as alterações climatéricas. Referiu que se se criar mais riqueza a partir de menos trabalho (humano), as pessoas tornam-se livres para prosseguir os seus desafios mais desejáveis.

 

A obra de Pistono "A Economia Star Trek: Rediscutir o Contrato Social, Rendimento Básico e Formas de Corrigir o Capitalismo" segue-se ao seu ‘best-seller’ de 2012, sob o título de "Robots Will Steal Your Job, But That’s OK".

 

Abraçar novas abordagens de ensino

Coube finalmente a Alex Bandar fechar a sessão com o tema "A Democratização do Design". Sugeriu que a tecnologia dá a possibilidade de se ser um inventor e empresário e acredita que o denominado "movimento do fabricante" mudará, de modo fundamental, a economia para melhor, inspirando os indivíduos na construção das suas ideias, tornando-as realidade.

 

Na discussão que se seguiu, Standing, Pistono e Bandar examinaram outras situações que mais irão beneficiar com a revolução tecnológica e quem corre o risco de ficar para trás. Concluiu-se que a sociedade deve abraçar novas abordagens de ensino tecnologicamente focadas para sistemas de rendimento básico, se o objectivo pretendido é recolher o maior potencial desta excitante nova era. Caso contrário irão enfrentar-se enormes desafios económicos, sociais e ambientais que as actuais doutrinas de mercado de trabalho não estão equipadas para lidar.

 

Estes encontros de Barcelona permitiram conhecer a posição de um conjunto de laureados com o Nobel da Paz, bem como de visionários, decisores políticos e empresários internacionalmente reconhecidos sobre vários temas da actualidade.

 

A conferência de ontem e as duas precedentes – sob os temas de "Liderança das Mulheres no Século XXI" e "Construir Pontes – Como Alcançar a Paz" – foram um reflexo do espírito de desafio que o construtor automóvel japonês Mazda defende, tal como o da Cimeira Mundial dos Laureados com Prémio Nobel da Paz, evento a que a marca surge novamente associada, com um dos seus principais parceiros da cimeira deste ano, a realizar em Barcelona, de 13 a 15 de Novembro.

 

* - Negócios em Barcelona, a convite da Mazda

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