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Ministra destaca aumento de salários e omite perdas de poder de compra. "É uma negacionista da inflação”, acusa o PSD
Ana Mendes Godinho fala de um aumento de salários de 49% no privado, mas sem referir a histórica perda de poder de compra que ontem foi descrita pelo Instituto Nacional de Estatística. "A senhora ministra é uma negacionista da inflação", acusa o PSD
Apesar das perspetivas sombrias sobre a evolução da economia nos próximos meses, Ana Mendes Godinho só levou aos deputados boas notícias: o "número recorde de trabalhadores empregados", o "número recorde de trabalhadores com contrato sem termo" - mais 99 mil do que há um ano - a contratação coletiva - que tem sido "muito dinâmica" - e os salários que "subiram 4,9% no setor privado".
Numa audição a propósito do orçamento do Estado, a ministra do Trabalho omitiu, no entanto, que a subida do salário médio não foi suficiente para evitar uma histórica quebra de poder de compra.
É certo que o salário médio acelerou no terceiro trimestre, subindo 4% em termos nominais (público e privado), mas devido ao extraordinário aumento de preços que levou a inflação aos 9,1% no terceiro trimestre, na verdade o salário médio recuou 4,7% em termos reais, tal como revelou esta quinta-feira o Instituto Nacional de Estatística (INE).
Significa isto que os salários desvalorizaram, perderam valor (58 euros em média): já não chegam para comprar o que compravam há um ano.
"É importante que se diga a verdade toda. Apesar da valorização salarial os portugueses estão a perder rendimentos", reagiu a deputada Clara Marques Mendes, do PSD.
"A senhora ministra é uma negacionista da inflação", acusou o deputado Nuno Carvalho, também do PSD.
Em relação às pensões, o Governo continua a dizer que fará correções em função dos indicadores de crescimento e inflação que tiver no final do ano, mas sem referir que em janeiro as pensões sobem cerca de 4% em vez dos 8% que decorriam da fórmula de atualização das pensões.
Ana Mendes Godinho não explicou o que explicou o Conselho Económico e Social (CES), que esta semana alertou para a "perda do valor futuro das pensões".
Acusada de estar a descrever um país "idílico", Ana Mendes Godinho defendeu-se. "Estou [é] longe de querer construir um país de inferno", disse.
Mais adiante no debate, em resposta a quase toda a oposição, a ministra acabou por se referir à variação real, sem no entanto quantificar. "Um é o valor nominal outro é o valor real: 100% de acordo. O que o INE divulgou foi que há uma evolução de 4,9% dos salários no setor privado, valor nominal. Diferente é o valor real que tem em conta outros indicadores, a inflação, que está numa incerteza enorme", disse.
As previsões que a Comissão Europeia acaba de divulgar apontam para uma inflação mais alta do que prevê o Governo, não só este ano (8% em vez dos 7,4%) mas sobretudo no próximo: Bruxelas antecipa uma inflação média de 5,8% no próximo ano (em vez dos 4% que admite o Governo).
Notícia atualizada com as últimas declarações da ministra, as previsões da Comissão Europeia e pequenas correções
Numa audição a propósito do orçamento do Estado, a ministra do Trabalho omitiu, no entanto, que a subida do salário médio não foi suficiente para evitar uma histórica quebra de poder de compra.
Significa isto que os salários desvalorizaram, perderam valor (58 euros em média): já não chegam para comprar o que compravam há um ano.
"É importante que se diga a verdade toda. Apesar da valorização salarial os portugueses estão a perder rendimentos", reagiu a deputada Clara Marques Mendes, do PSD.
"A senhora ministra é uma negacionista da inflação", acusou o deputado Nuno Carvalho, também do PSD.
Em relação às pensões, o Governo continua a dizer que fará correções em função dos indicadores de crescimento e inflação que tiver no final do ano, mas sem referir que em janeiro as pensões sobem cerca de 4% em vez dos 8% que decorriam da fórmula de atualização das pensões.
Ana Mendes Godinho não explicou o que explicou o Conselho Económico e Social (CES), que esta semana alertou para a "perda do valor futuro das pensões".
Acusada de estar a descrever um país "idílico", Ana Mendes Godinho defendeu-se. "Estou [é] longe de querer construir um país de inferno", disse.
Mais adiante no debate, em resposta a quase toda a oposição, a ministra acabou por se referir à variação real, sem no entanto quantificar. "Um é o valor nominal outro é o valor real: 100% de acordo. O que o INE divulgou foi que há uma evolução de 4,9% dos salários no setor privado, valor nominal. Diferente é o valor real que tem em conta outros indicadores, a inflação, que está numa incerteza enorme", disse.
As previsões que a Comissão Europeia acaba de divulgar apontam para uma inflação mais alta do que prevê o Governo, não só este ano (8% em vez dos 7,4%) mas sobretudo no próximo: Bruxelas antecipa uma inflação média de 5,8% no próximo ano (em vez dos 4% que admite o Governo).
Notícia atualizada com as últimas declarações da ministra, as previsões da Comissão Europeia e pequenas correções