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Suicídios e assassinatos aumentam em alturas de recessão económica

O desemprego e a recessão económica podem desencadear suicídios, assassinatos e ataques de coração, mas o número de mortes em acidentes de automóveis tende a reduzir-se nestes períodos. A conclusão é de um estudo sobre os efeitos da crise na saúde, publicada na revista médica "Lancet".

08 de Julho de 2009 às 09:57
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O desemprego e a recessão económica podem desencadear suicídios, assassinatos e ataques de coração, mas o número de mortes em acidentes de automóveis tende a reduzir-se nestes períodos. A conclusão é de um estudo sobre os efeitos da crise na saúde, publicada na revista médica “Lancet”.

Os investigadores da Universidade de Oxford e da Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres analisaram o efeito das alterações económicas nas taxas de mortalidade em 26 países europeus entre 1970 e 2007. E concluem que, ao longo dos últimos 40 anos, sempre que o desemprego aumentou ou diminuiu houve alterações na mortalidade.

De acordo com o estudo, um aumento do desemprego de 3% corresponde um aumento de cerca de 4% dos suicídios e de 6% dos assassinatos, enquanto o número de mortos em acidentes rodoviários cai 4%. O maior impacto verifica-se nas mortes devido a problemas de alcoolismo, que aumenta 28%.

Contudo, alertam os investigadores, há diferenças significativas entre os países. Os efeitos da recessão na saúde são mais significativos nos países onde a protecção social é reduzida, enquanto nos países escandinavos, onde as despesas com a protecção social são elevadas, os efeitos são menos graves.

O estudo realça ainda que os efeitos adversos da recessão podem reduzir-se significativamente se os governos apoiarem a manutenção dos postos de trabalho durante as situações de crise e reforçarem o apoio na procura de um novo posto de trabalho. “É mais eficaz concentrar a despesa em medidas que ajudem as pessoas a voltar a encontrar um novo emprego do que no aumento das prestações sociais em caso de desemprego”, alertou um dos investigadores do estudo, Martin McKee, citado pelo “Financial Times”.

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