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William Nordhaus e Paul Romer vencem Nobel da Economia
A Real Academia das Ciências Sueca anunciou a atribuição do Prémio Nobel das Ciências Económicas aos americanos William Nordhaus e Paul Romer, por integrarem as alterações climáticas e a inovação na análise macroeconómica.
Os norte-americanos William Nordhaus e Paul Romer são os galardoados de 2018 com o Nobel da Economia, com a Real Academia das Ciências Suecas a destacar que estes dois académicos "projectaram métodos que abordam algumas das questões mais fundamentais e de maior pressão" na actualidade: o crescimento sustentável a longo prazo na economia global e o bem-estar da população mundial.
O professor da Universidade de Yale, William Nordhaus, foi "o primeiro a criar um modelo quantitativo para descrever a interacção global entre a economia e o clima", que é amplamente usado para verificar as consequências das políticas climáticas. O investigador defende que a forma mais eficiente de atacar os problemas causados pelas emissões de gases poluentes é um esquema global de impostos sobre o carbono que seja aplicado de forma uniforme em todos os países.
Por outro lado, foi distinguida a investigação que lançou as bases para a chamada teoria do crescimento endógeno. Da autoria de Paul Romer, que pertence aos quadros da Stern School of Business (Universidade de Nova Iorque) e em Janeiro deste ano se demitiu do cargo de economista-chefe do Banco Mundial, esse trabalho de pesquisa evidencia como a acumulação de ideias sustenta um crescimento económico de longo prazo.
"Ele demonstrou como as forças económicas governam a vontade das empresas em criar novas ideias e promover a inovação", justificou a academia sueca, sublinhando como esta teoria acabou por conduzir a "novas pesquisas na área da regulação e de políticas que encorajam novas ideias e prosperidade a longo prazo".
Watch the announcement of the 2018 Sveriges Riksbank Prize in Economic Sciences in Memory of Alfred Nobel.
Presented by Göran K. Hansson, Secretary General of The Royal Swedish Academy of Sciences. pic.twitter.com/y7G5cobP1b — The Nobel Prize (@NobelPrize) October 8, 2018
William Nordhaus, nascido em 1941, e Paul Romer, que é 14 anos mais novo, sucedem assim a Richard H. Thaler, doutorado pela Universidade de Rochester e professor na Universidade de Chicago desde 1995, que há um ano foi agraciado pelo seu contributo para a investigação na área da economia comportamental, recebendo nove milhões de coroas suecas, cerca de um milhão de dólares.
Numa nota de imprensa, a organização destaca que "os contributos de Paul Romer e de William Nordhaus são metodológicos, oferecendo perspectivas fundamentais sobre as causas e as consequências da inovação tecnológica e das alterações climáticas". É que se os laureados deste ano não dão "respostas conclusivas", detalha, "as suas descobertas levam-nos a estar consideravelmente mais perto de responder à questão sobre como podemos atingir um crescimento económico global que seja sustentado e sustentável".
"Muitas pessoas pensam que proteger o ambiente vai custar tanto e ser tão difícil que apenas querem ignorar [o problema]. Mas podemos mesmo conseguir progressos substanciais na protecção do meio ambiente sem renunciar à possibilidade de sustentar o crescimento", reclamou Romer, citado pela Reuters, durante uma entrevista telefónica no final da cerimónia.
Com a designação oficial de "Prémio Sveriges Riksbank em Ciências Económicas em Memória de Alfred Nobel", este prémio é financiado pelo banco central sueco e foi instituído apenas em 1968, ou seja, não faz parte do grupo original de distinções criadas no final do século passado pelo químico e inventor sueco. Os economistas americanos têm dominado esta lista, representando quase metade do total dos distinguidos.