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Vieira da Silva: “O grande retalho precisa de uma redução de IRC?”
O ex-ministro da Segurança Social de António Costa defende que descida generalizada da taxa de IRC não seria a medida mais produtiva.
O ex-ministro da Segurança Social, Vieira da Silva, junta-se ao conjunto de vozes que no PS contestam a ideia de uma descida transversal do IRC, esperada pelas confederações empresariais e antecipada como possibilidade pelo ministro da Economia, António Costa Silva.
"Se eu só tivesse um euro e me dessem a escolher reduzir os impostos ou reduzir a fatura energética, não tenho dúvidas do que faria. Reduzia a fatura energética", afirma em entrevista ao Negócios e à Antena 1, no programa Conversa Capital.
O ex-governante argumenta que é mais importante defender as empresas que enfrentam fortes subidas de custos com energia e que não conseguem repercuti-los no consumidor, não sendo adequado reduzir impostos a todas, incluindo sectores que não conhecem estas dificuldades.
"O grande retalho precisa de uma descida de IRC? Está numa situação em que isso conte para a sua produtividade? Tenho dúvidas", refere.
Vieira da Silva defende que, a haver medidas fiscais, estas devem se dirigidas para o investimento e para a modernização da economia.
A argumentação acompanha aquela que já foi feita pelo ex-ministro da Economia, Pedro Siza Vieira, na defesa de deduções por lucros reinvestidos. Também o secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, Mendonça Mendes, afastou a ideia de haver utilidade neste momento num choque fiscal, e o ministro das Finanças, Fernando Medina, considerou não ser adequado antecipar uma medida que vai ser negociada ainda com os parceiros sociais. As propostas do Governo deverão ser conhecidas na quarta-feira.