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Venâncio Mondlane quer acabar com a "venda" de Moçambique a multinacionais

Mondlane apontou a presença de multinacionais petrolíferas na província de Cabo Delgado, norte do país, e a violência armada que se seguiu, como provas de que Moçambique está a ser "negociado com o grande capital".

DR
16 de Setembro de 2024 às 19:14
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O candidato presidencial Venâncio Mondlane disse esta segunda-feira que vai acabar com "a venda de Moçambique" a multinacionais, caso vença nas eleições gerais de 09 de outubro, acusando o Governo da Frelimo de tratar o país como uma "capoeira".

"Sou o único candidato que está disponível a lutar, até às últimas consequências, a defender o povo, porque nós nos apercebemos que o nosso país está a ser vendido aos poucos", afirmou o candidato apoiado pelas forças extraparlamentares, durante um comício no distrito de Angónia, província de Tete, centro do país.

Mondlane apontou a presença de multinacionais petrolíferas na província de Cabo Delgado, norte do país, e a violência armada que se seguiu, como provas de que Moçambique está a ser "negociado com o grande capital".

Moçambique, que tem as terceiras maiores reservas de gás natural em África, conta atualmente com três projetos de desenvolvimento aprovados para exploração das reservas de gás natural da bacia do Rovuma, classificadas entre as maiores do mundo, ao largo da costa de Cabo Delgado.

"Eu estou aqui para dizer àqueles que querem vender o país que essa tentativa de vender Moçambique acabou", declarou.

Venâncio Mondlane também acusou a Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), partido no poder, de gerir o país como uma "capoeira" e de perseguição e intolerância política.

"Vocês são frangos da capoeira dessas pessoas? Temos de acabar com a perseguição política, mas, para tal, é preciso que o Estado seja para servir o povo e não servir um certo partido", afirmou.

Mondlane prometeu serviços básicos como hospitais, saúde e autossuficiência alimentar, para a população moçambicana, caso seja eleito nas presidenciais de outubro.

"Nós estamos aqui para dizer uma coisa muito simples: quem deve ajudar a população de Angónia é o Governo de Moçambique e não o Governo do Maláui", afirmou, referindo-se ao facto de os dois países serem vizinhos e partilharem uma extensa linha de fronteira.

Antes deputado da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), principal partido da oposição, até abandonar a organização após ser impedido de concorrer à presidência daquela força política, Venâncio Mondlane, que viu a coligação que apoiava afastada deste escrutínio por supostas irregularidades, conta agora com o apoio declarado das forças extraparlamentares Partido Otimista para o Desenvolvimento de Moçambique (Podemos) e Revolução Democrática (RD).

Moçambique realiza em 09 de outubro as eleições gerais, num escrutínio que inclui eleições presidenciais, legislativas, das assembleias provinciais e de governadores de província.

Mais de 17 milhões de eleitores estão inscritos para votar, incluindo 333.839 recenseados no estrangeiro, segundo dados oficiais.

Além de Venâncio Mondlane, concorrem à Ponta Vermelha (residência oficial do chefe de Estado em Moçambique) Daniel Chapo, apoiado pela Frelimo, Ossufo Momade, apoiado pela Renamo, e Lutero Simango, apoiado pelo Movimento Democrático de Moçambique (MDM), terceira força parlamentar.
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