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Transportes gratuitos em Lisboa com adesão de 70 mil pessoas. Moedas diz que "medida ficará para sempre"

A gratuitidade nos transportes públicos para jovens e idosos residentes em Lisboa conta já com 70.000 adesões, revelou esta sexta-feira o presidente da câmara municipal, Carlos Moedas, afirmando que esta medida "não terá recuo" e "ficará para sempre".

Carris
Miguel Baltazar
27 de Janeiro de 2023 às 16:32
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"Hoje temos 70.000 pessoas em Lisboa que não pagam transportes públicos, 70.000 pessoas é mais de 10% da nossa população [545.796 habitantes, segundo os resultados definitivos dos Censos de 2021]", declarou Carlos Moedas.

O autarca de Lisboa falava numa cerimónia de celebração do 75.º aniversário do Metropolitano de Lisboa, que contou com presença do primeiro-ministro, António Costa (PS), e que decorreu no Terreiro do Paço, onde foi inaugurada a exposição "O Metro dá vida à cidade", patente numa carruagem instalada nesse espaço.

Foi também lançado o concurso público para o prolongamento da linha Vermelha entre São Sebastião e Alcântara.

Recordando o surgimento da empresa pública Metropolitano de Lisboa, que se constituiu formalmente em 26 de janeiro de 1948, Carlos Moedas realçou o desígnio para o qual foi criada: "Era para servir Lisboa, era para conceber e explorar um sistema de transportes coletivos, fundado no aproveitamento do subsolo da nossa cidade, e tinha o município como um pilar fundamental."

"Os trabalhos de construção iniciaram-se em 7 de agosto de 1955. Quatro anos depois, em 29 de setembro de 1959, o novo sistema de transporte foi inaugurado e a cidade mudou, a cidade mudou para melhor, foi a grande obra desta cidade", sublinhou, agradecendo aos profissionais do Metropolitano de Lisboa pelo "trabalho à cidade" e afirmando que, "75 anos depois, o metro continua a ser estratégico".

Enquanto presidente da autarquia, desde outubro de 2021, Carlos Moedas destacou o objetivo de ter transportes públicos gratuitos para os mais novos e para os mais velhos, que conseguiu alcançar "com a ajuda de muitos", inclusive do presidente do Conselho de Administração do Metropolitano de Lisboa, Vítor Santos, da presidente do Conselho Metropolitano de Lisboa, Carla Tavares (PS), que é também presidente da Câmara da Amadora, e do presidente da Transportes Metropolitanos de Lisboa (TML), Faustino Gomes.

"Foi uma ajuda extraordinária, para uma medida que ficará para sempre", apontou o autarca do PSD, indicando que Lisboa é hoje uma "das poucas cidades na Europa capitais que têm transportes públicos gratuitos", seguindo os exemplos de Luxemburgo, Tallinn e Malta, cuja dimensão do território "não se compara" com a capital portuguesa.

Disponíveis desde o verão de 2022, os passes gratuitos para os transportes públicos em Lisboa são para jovens entre os 13 e os 18 anos, estudantes do ensino superior até aos 23 anos, incluindo uma exceção para inscritos nos cursos de Medicina e Arquitetura até aos 24 anos, e para cidadãos com idade igual ou superior a 65 anos, em que o requisito comum para todos é terem residência fiscal no concelho.

Desde 2017, as crianças até aos 12 anos já beneficiam de transportes públicos gratuitos em Lisboa nas redes do Metropolitano e da rodoviária Carris.

"Esta medida não terá recuo, esta medida é para o futuro, é uma medida de descarbonização da nossa cidade e essa medida não terá recuo, porque os investimentos estão a ser feitos, estão a ser feitos para que os transportes públicos gratuitos sejam cada vez mais e melhores para a nossa cidade", assegurou Carlos Moedas, recusando as críticas de que não haveria investimento nas empresas Carris e Metropolitano de Lisboa para a concretização deste objetivo, que foi também um compromisso eleitoral.

O autarca garantiu que esse investimento vai continuar "todos os dias", inclusive no Metropolitano, que "está em franca expansão", e ressalvou que há "certas opções" que não mereceram a sua concordância. Carlos Moedas aproveitou para pedir diretamente e em público ao primeiro-ministro, António Costa, que considere, "no curto prazo", a possibilidade de ter um representante da câmara municipal no executivo da administração do Metropolitano, tendo em conta o desígnio comum de "servir Lisboa".
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