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Tecnologias, exportações e gestão de dinheiro dão trabalho certo

Focadas nas funções ligadas ao controlo da sua actividade, as empresas estão a recrutar mais para cargos médios do que para o topo, aceitam menos experiência, e procuram profissionais técnicos para novas latitudes

30 de Março de 2012 às 18:00
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Um "oásis" | Empresas de tecnologia vivem uma situação privilegiada, próxima do "pleno emprego".


O sector financeiro procura profissionais para funções na área do risco, as imobiliárias desesperam por quem venda mais casas, as empresas exportadoras procuram quem conheça os mercados externos - para escoar a produção que a crise em Portugal não deixa absorver -, a indústria coloca os engenheiros (que não emprega) facilmente em novas paragens e as empresas de tecnologias, essas, vivem no "oásis" do pleno emprego. Este é o retrato traçado ao Negócios por especialistas em recrutamento, quando questionados sobre onde está o emprego.

O director-geral da Michael Page Portugal, Álvaro Fernandez, cita as tecnologias de informação e telecomunicações como sectores "anticíclicos, continuamente em alta procura", e em que quem sai da faculdade tem "emprego garantido". "Continua a ser um sector de pleno emprego com uma procura muito acentuada de profissionais técnicos na área de programação, investigação e desenvolvimento", confirma fonte oficial do Grupo Multipessoal.

Anna Quintino, directora de marketing da InfoJobs (bolsa online de emprego com mais de 1.500 empresas portuguesas registadas), destaca também a "grande necessidade de especialistas formados" em informática e telecomunicações, engenharia e de técnicos de vários tipos. Este tipo de ofertas são 29% do total disponibilizado no portal e "costumam procurar tanto pessoas com bastante experiência como jovens acabados de sair da faculdade".

Mesmo não crescendo na maior parte das áreas, no sector financeiro há "pequenas áreas que estão a contratar", frisa Fernandez. É o caso da identificação e reestruturação de dívidas e de empresas, do planeamento de custos e também da gestão de cobranças. A Multipessoal corrobora uma "procura generalizada na área de risco, controlo de gestão, contabilidade, recuperação de crédito e gestão de insolvência".


A frase
Qualquer que seja o "core business", há profissões transversais, como a de comercial de vendas, cuja oferta aumentou 20% em Fevereiro.
Anna Quintino, Directora de Marketing e Comunicação da InfoJobs


Se controlar e reduzir custos é importante, vender mais também o é. "Todas as companhias precisam de comerciais para vender e também de profissionais que façam a gestão interna do negócio", diz Anna Quintino, da InfoJobs, apontando que as ofertas para comerciais subiram 20% de Janeiro para Fevereiro. Em especial, técnicos de exportação. As empresas estão também a "deslocalizar" quadros para mercados emergentes, como Angola, Brasil e Moçambique, falando a Multipessoal de um "boom" na procura de gestores de mercados externos qualificados por parte das PME.


Mais cargos médios e "trainees"
Fonte oficial deste grupo, que actua nas áreas de trabalho temporário, "outsourcing" especializado, recrutamento e selecção, releva uma nova tendência: nesta conjuntura, "as empresas estão mais atentas a funções ligadas ao controlo da sua actividade", como controlo de gestão, planeamento e supervisão de produção. Os cargos médios, mesmo com pouca experiência, estão a ser mais procurados que os de topo.

Por outro lado, há em todos os sectores uma procura "constante e frequente" de estagiários que rejuvenesçam as empresas. Têm uma "curva de crescimento interessante, rapidamente evoluem para quadros técnicos e trazem "óbvias vantagens, que vão desde os salários mais baixos, à capacidade de gerir de forma previsional os recursos humanos, com passagens de testemunhos efectivas entre profissionais".



Há sectores que são anticíclicos, que estão continuamente em alta procura, como as tecnologias de informação. É, até, difícil encontrar candidatos. Quem sair da faculdade tem emprego garantido e os salários têm subido todos os anos.
Álvaro Fernandez, Director-geral da Michael Page Portugal




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