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Taxa de desemprego desce para 7,7% no primeiro trimestre (act)
A taxa de desemprego em Portugal situou-se nos 7,7% no decorrer do primeiro trimestre deste ano, um valor que representa um agravamento face aos 7,5% verificados nos primeiros três meses do ano passado, mas uma descida contra os 8% registados no último tr
A taxa de desemprego em Portugal situou-se nos 7,7% no decorrer do primeiro trimestre deste ano, um valor que representa um agravamento face aos 7,5% verificados nos primeiros três meses do ano passado, mas uma descida contra os 8% registados no último trimestre de 2005.
Segundo os dados hoje disponibilizados pelo Instituto Nacional de Estatística, o número de desempregados situa-se em 429,7 mil indivíduos, representando um aumento de 4,1% face ao trimestre homólogo e um decréscimo de 3,9% em relação ao trimestre anterior. Já o número de empregados aumentou 0,6%, quando comparado com o mesmo trimestre de 2005, e diminuiu 0,1% relativamente ao trimestre anterior.
O ministro das Finanças, Fernando Teixeira dos Santos, já tinha adiantado que o desemprego não só não deveria agravar-se no primeiro trimestre como poderia descer.
É certo que o desemprego desceu face ao trimestre anterior, em 0,3 pontos percentuais, mas em termos homólogos, que não contempla efeitos de sazonalidade, o desemprego continua a subir.
Segundo a agência Lusa, só por duas vezes nos últimos 14 anos o desemprego desceu no primeiro trimestre face aos três meses anteriores. A taxa de desemprego, habitualmente sobe no primeiro trimestre de cada ano, face aos três meses imediatamente anteriores, tendo sido excepção 1998, ano da Expo, e 2004, ano do Campeonato Europeu de Futebol.
A descida do desemprego no primeiro trimestre contraria as expectativas dos organismos internacionais. Nas previsões Primavera divulgadas recentemente, a Comissão Europeia prevê que a taxa de desemprego em Portugal aumente para 8,1% este ano e para 8,3% em 2007, acima dos 7,6% verificados em 2005. As estimativas de Bruxelas são bem mais pessimistas que as do Governo português, que antecipa uma taxa de desemprego de 7,7% este ano.
População empregada diminui
O INE adianta que a população activa em Portugal aumentou 0,9%, abrangendo 49,6 mil indivíduos, face ao trimestre homólogo e diminuiu 0,4% face ao trimestre anterior (24,5 mil).
A taxa de actividade da população em idade activa foi 62,2%, no primeiro trimestre de 2006, um aumento de 0,3 pontos percentuais face ao trimestre homólogo e uma queda idêntica face ao trimestre anterior.
Já a população empregada no primeiro trimestre de 2006 registou um crescimento homólogo de 0,6% (32,5 mil indivíduos) e um decréscimo trimestral de 0,1% (6,9 mil).
Assim, apesar da taxa de desemprego ter descido, no primeiro trimestre deste ano registou-se uma diminuição no número de pessoas empregadas.
O INE explica que a redução trimestral da taxa de desemprego resultou do facto de o decréscimo da população desempregada ter sido relativamente maior do que o da população empregada (3,9% contra 0,1%).
Desemprego nas mulheres sobe
Os dados do INE revelam ainda um aumento no número de mulheres desempregadas, de 15,8 mil, que explicou 92,4% do aumento do desemprego total. A taxa de desemprego dos homens foi 6,5% e a das mulheres 9,1%.
Também se verificou mais desemprego entre os indivíduos com um nível de escolaridade correspondente ao ensino secundário e pós-secundário, entre os desempregados à procura de novo emprego e no desempregados de longa duração.
A redução trimestral da população desempregada, que abrangeu 17,6 mil indivíduos, estendeu-se aos seguintes grupos populacionais: todos os grupos etários; ambos os sexos (embora 84,7% daquele decréscimo tenha sido de homens); todos os níveis de escolaridade (embora 67,0% daquele decréscimo tenha sido de desempregados com ensino superior); indivíduos à procura de primeiro ou de novo emprego (embora 65,0% daquele decréscimo tenha sido de desempregados à procura de primeiro emprego); indivíduos desempregados há menos de um ano.
No primeiro trimestre de 2006, as taxas de desemprego mais elevadas foram registadas nas regiões do Alentejo (9,8%), do Norte (8,9%) e de Lisboa (8,5%). Os valores mais baixos para este indicador continuaram a observar-se nas Regiões Autónomas dos Açores (4,2%) e da Madeira (4,5%).
Face ao trimestre homólogo, e à semelhança do sucedido globalmente para Portugal, assistiu-se a um aumento na taxa de desemprego na generalidade das regiões, com excepção do Algarve, onde a taxa de desemprego diminuiu 1,4 p.p.. O maior acréscimo, de 0,6 p.p., ocorreu na região Centro.
Face ao trimestre anterior, a taxa de desemprego diminuiu na generalidade das regiões, com duas excepções: o Alentejo, onda a taxa de desemprego aumentou 0,4 p.p., e o Algarve, onde se manteve.