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Subida das exportações ajuda China a registar excedente recorde em 2022

O crescimento das exportações chinesas desacelerou no final do ano após a Reserva Federal dos Estados Unidos e outros bancos centrais terem elevado as taxas de juros para controlar a inflação.

13 de Janeiro de 2023 às 08:49
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O excedente comercial da China registou um valor recorde de 877,6 mil milhões de dólares (809,5 mil milhões de euros) em 2022, graças a uma subida de 7% nas exportações, apesar dos impactos dos confinamentos.

As exportações aumentaram para 3,95 biliões de dólares (3,64 biliões de euros), segundo dados divulgados hoje pela Administração Geral das Alfândegas chinesa.

No entanto, o crescimento de 7% ficou muito abaixo da taxa de 29,9% registado em 2021, com o enfraquecimento da procura nos Estados Unidos e na Europa.

Também as importações, que aumentaram 30,1% em 2021, subiram apenas 1,1% no ano passado, à medida que o crescimento da China, a segunda maior economia do mundo, desacelerou.

O excedente comercial da China aumentou 29,7% em relação ao anterior recorde, fixado em 2021, que era já o maior excedente de todos os tempos em qualquer país do mundo.

"O comércio exterior e as exportações da China mostraram forte resiliência diante de muitas dificuldades e desafios", disse o porta-voz da Administração Geral das Alfândegas, Lu Daliang, numa conferência de imprensa.

O crescimento das exportações desacelerou no final do ano após a Reserva Federal dos Estados Unidos e outros bancos centrais terem elevado as taxas de juros para controlar a inflação.

As exportações chinesas caíram em dezembro, pelo terceiro mês consecutivo, contraindo 10,1% em termos homólogos, para 306,1 mil milhões de dólares (282,4 mil milhões de euros). As importações encolheram 7,3%, para 228,1 mil milhões de dólares (210,4 mil milhões de euros).

As exportações chinesas para os Estados Unidos cresceram 1% em relação a 2021, para 581,8 mil milhões de dólares (536,7 milhões de euros), apesar dos aumentos de tarifas do ex-Presidente norte-americano Donald Trump, muitas dos quais ainda estão em vigor.

O excedente comercial anual da China com os Estados Unidos, um dos motivos que levou Trump a aumentar as tarifas, subiu 1,8% em 2022, para 404,1 mil milhões de dólares (372,7 mil milhões de euros).

Os analistas esperam que o crescimento das exportações chinesas desacelere ainda mais à medida que aumenta o risco de recessão nas economias ocidentais.

"As exportações da China provavelmente irão contrair até meados do ano" de 2023, disse o analista Julian Evans-Pritchard, da consultora Capital Economics, num relatório divulgado esta semana.

No início de 2022, o comércio também foi prejudicado por medidas anticovid-19 que fecharam Xangai e outros centros industriais em março durante dois meses, interrompendo a produção industrial e o transporte global de mercadoria.

As exportações para os 27 países da União Europeia caíram 39,5% em 2022, para 43,6 mil milhões de dólares (40,2 mil milhões de euros). O excedente comercial da China com a Europa caiu 50%, para 19,6 mil milhões de dólares (18,1 mil milhões de euros).
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