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Sob a capa de um cidadão comum

À primeira vista, o típico burlão não é muito diferente do cidadão comum. Tem entre 36 e 55 anos, gosta de assumir riscos, é inteligente, não-conformista, egoísta, ambicioso, trabalhador, stressado, esbanjador e inquiridor. É habitualmente bastante solícito, bem educado e parece estar acima de qualquer suspeita. Todos confiam nele. Mais de 77% dos burlões têm estudos universitários e 85% são homens.

04 de Março de 2009 às 13:03
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À primeira vista, o típico burlão não é muito diferente do cidadão comum. Tem entre 36 e 55 anos, gosta de assumir riscos, é inteligente, não-conformista, egoísta, ambicioso, trabalhador, stressado, esbanjador e inquiridor. É habitualmente bastante solícito, bem educado e parece estar acima de qualquer suspeita. Todos confiam nele. Mais de 77% dos burlões têm estudos universitários e 85% são homens.

São estas as principais conclusões da maioria das investigações dedicadas ao tema, como o estudo da auditora e consultora KPMG - "Profile of a fraudster, Survey 2007", que analisou 360 casos diferentes de fraudes - e o relatório da Associação norte-americana de Especialistas em Detecção de Fraudes (ACFE).

Em situações de crise, os clientes começam a pedir o dinheiro de volta. Todos ao mesmo tempo. E é nessa altura que o burlão começa a ficar entre a espada e a parede. As desculpas mais comuns para não restituírem o dinheiro são problemas de saúde ou dificuldades em contactar com terceiros elementos, salienta Robert Hunter, CEO da Allen &Overy's Trust, Asset Tracing e Fraud Group num artigo publicado na "Times Online".

O "website" do FBI "desmonta" as fraudes mais comuns e dá sugestões para que os potenciais lesados estejam de sobreaviso. Entre as burlas citadas, encontramos os esquemas piramidais, esquemas de Ponzi, fraude com seguros de saúde e as famosas "Cartas da Nigéria" (em que se recebe um "email" a oferecer a oportunidade de dividir uma percentagem de milhões de dólares com um presumível responsável governamental que está a tentar fazer sair dinheiro do país), entre muitos outros.

"Tendemos a achar que as mentiras do burlão deveriam ser facilmente detectáveis, especialmente quando ditas cara a cara. Mas a verdade é que muitos estudos demonstram que estamos longe de sermos tão bons a identificar fraudes como pensamos", diz Robert Hunter. "Junte-se a isto o facto de o burlão ser, na maioria das vezes, um fantasista, pronto a actuar de acordo com as suas próprias mentiras. Essa pode ser uma postura extremamente convincente", refere o mesmo responsável na "Times Online".

No filme "Catch me if you can", de Steven Spielberg, o jovem Frank Abagnale Jr. é um impostor que consegue enganar meio mundo. Consegue ser médico, piloto e até advogado. Pelo meio, vai amealhando dinheiro de cheques falsificados. Foi apanhado, mas o crime acabou por compensar. Quem melhor para compreender a mente de um vigarista senão outro vigarista? O FBI contratou-o para identificar casos de burla.

Predisposição genética para a fraude

Sabe que a tendência para se aproveitar dos outros já pode vir do berço? Segundo uma nova teoria dos biólobos evolucionistas, a propensão para ludibriar os outros pode já vir de nascença. É isso mesmo. Segundo a "Times Online", este ramo da Biologia advoga que a selacção natural faz com que uma pequena proporção de população tenha uma predisposição genética para se aproveitar da confiança que os outros depositam neles.

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