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Sindicatos prometem continuar a luta depois da maior greve de sempre

Mais de 600 mil funcionários terão aderido hoje à greve geral na Função Pública, o que levou os dirigentes das três estruturas sindicais da Função Pública a garantir que a foi a maior de sempre no sector e admitiram a continuação da luta, em convergência,

23 de Janeiro de 2004 às 20:13
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Mais de 600 mil funcionários terão aderido hoje à greve geral na Função Pública, o que levou os dirigentes das três estruturas sindicais da Função Pública a garantir que a foi a maior de sempre no sector e admitiram a continuação da luta, em convergência, se o Governo não mudar de política.

Os dirigentes máximos da Frente Sindical da Administração Pública (FESAP) e do Sindicato dos Quadros Técnicos do Estado (STE) fizeram um balanço francamente positivo da paralisação e deixaram claro que não vão ceder “à prepotência do Governo”.

A necessidade e utilidade da unidade na acção foi reconhecida pela FESAP e pelo STE, que admitiram vir a fazer outras acções de luta com a frente sindical da CGTP, “embora os aspectos organizativos não estejam conversados”.

“Da nossa parte existem todas as condições para a convergência na luta, para a coincidência de datas ou para a unidade na acção”, afirmou o secretário-geral da FESAP, Jorge Nobre dos Santos, em conferência de imprensa.

O presidente do STE, Bettencourt Picanço, salientou os motivos que levaram os trabalhadores da Administração Pública a “tão grande descontentamento” – a degradação salarial e a falta de vontade do Governo para negociar a Reforma da Administração Pública e a alteração do Estatuto de Aposentação – e prometeu que a luta não se ficará pela greve de hoje.

“Não aceitamos que os trabalhadores da Administração Pública sejam o bode expiatório de todos os problemas do país”, disse Bettencourt Picanço. Segundo o STE e a FESAP, a greve de hoje teve adesão próxima dos 90%.

Apesar de realçar que ainda não é possível determinar com exactidão a percentagem dos trabalhadores que aderiram à greve, a Frente Comum afecta à CGTP considerou também que “esta sexta-feira, que só pode ser considerada negra para o Governo, foi a maior greve da Administração Pública alguma vez realizada em Portugal”.

Nos mais importantes sectores de actividade da Administração Pública, como a Saúde, a Educação e as Autarquias Locais, as percentagens de adesão foram sempre superiores a 80%, enquanto que os restantes sectores não andaram longe deste nível, adianta a Frente Comum.

Numa nota distribuída à imprensa, o STE e a FESAP, “perante a resposta maioritária dos trabalhadores” dão um mês ao Governo para “reflectir e avançar com novas propostas”. Após os trinta dias, farão um balanço dos avanços ou recuos do Governo e se o balanço for negativo, “os trabalhadores e suas organizações não deixarão de perspectivar novas respostas”.

Do lado do Governo, e até ao momento, não foi apresentado qualquer balanço global sobre a adesão à greve na Função Pública.

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