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Shein e Temu impactam espaço “limitado” de carga aérea

O transporte aéreo de mercadorias tem sido cada vez mais pressionado pelo crescimento de vendas do retalho de comércio eletrónico chinês, que enche diariamente 108 aviões de carga. A luta por capacidade aumentou com o bloqueio do Canal do Suez, com empresas a trocarem a expedição marítima pela aérea.

Reuters
21 de Fevereiro de 2024 às 18:28
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"Quando a (crise) no Canal de Suez começou, não havia capacidade (aérea) para ser comprada, porque o comércio eletrónico já tinha comprado tudo". As palavras são de um executivo de uma transportadora aérea de carga que pediu anonimato à Reuters, mas o sentimento é partilhado por outras tantas.

 

A rápida ascensão de retalhistas, como a Shein e Temu, fazem subir o número de queixas por falta de espaço na carga aérea, que já era limitado e ficou mais com o escalar do conflito no Mar Vermelho, onde houthis e forças militares ocidentais travam uma guerra pela liberdade – os primeiros pela libertação de Gaza e os segundos pela livre passagem pelo Canal do Suez.

 

Gigantes marcas internacionais que costumavam navegar pelo Mar Vermelho lutam agora por capacidade nos cargueiros aéreos, que desde o segundo semestre do ano passado dizem sentir o intensificar da procura.

 

Só a Shein é responsável por um quinto do mercado global de "fast fashion", que por sua vez representa metade das remessas do comércio eletrónico chinês. A "moda rápida" ocupa um terço das transportadoras aéreas de longa distância que, em resposta à procura, dizem ter aumentado a capacidade de frete.

 

Diariamente, as duas plataformas de comércio eletrónico mais populares, Shein e Temu, embarcam em conjunto nove mil toneladas – 600 mil pacotes apenas para os EUA, segundo dados de junho de 2023 publicados pelo Congresso do país.

 

Tudo isto equivale a 108 cargueiros Boeing 777, se juntarmos mais dois negócios de menor dimensão, garantiu o diretor da consultora Cargo Facts.

 

Guillermo Ochovo apontou a insustentabilidade lucrativa e ambiental desde modo de frete, adiantando que as duas gigantes chinesas têm os olhos postos no transporte marítimo e na abertura de centros de logística na Europa para diminuir tempo e custos das operações.

 

Até a Apple pode perder clientes com a falta de espaço – apesar de "só" transportar mil toneladas por dia, no máximo, de acordo com os analistas ouvidos pela Reuters.

 

O frete aéreo é a opção mais atrativa para os empresários, devido à rapidez na entrega dos produtos, provenientes de fábricas na China, aos consumidores.

* Texto editado por Pedro Curvelo

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