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Sem triunfalismos, Marcelo propõe comissão permanente sobre incêndios

Uma comissão independente no Parlamento é a sugestão de Marcelo Rebelo de Sousa para ajudar nas soluções de prevenção aos incêndios.

Miguel A.Lopes/Lusa
11 de Agosto de 2018 às 14:33
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O Presidente da República propôs este sábado a criação de uma "comissão independente permanente", sob alçada da Assembleia da República, para fazer a avaliação da época de incêndios e "ajudar" o Governo, o próprio chefe de Estado e instituições.

Marcelo Rebelo de Sousa fez esta proposta enquanto falava com populares, que lhe apresentaram, à saída de um "briefing" no posto de comando da Protecção Civil instalado no centro da vila de Monchique, diversas queixas relacionadas com a operação de combate ao incêndio naquele concelho do Algarve.

"[Esta comissão] ajuda o Governo, ajuda o Presidente da República e ajuda todas as instituições", afirmou.


Segundo o chefe de Estado, a comissão poderia debruçar-se sobre as ignições e fogos registados, e analisar se a "forma de prevenção" ou se as respostas resultaram ou não.


Marcelo Rebelo de Sousa sugeriu que a comissão permanente seja a mesma que existiu em relação aos grandes incêndios de Junho e Outubro do ano passado e que vá "acompanhando, em diálogo" com a Agência para a Gestão Integrada de Fogos Rurais, as instituições governamentais e outras, "o que aconteceu ano após ano".


A comissão técnica independente criada no ano passado para analisar aqueles fogos, nomeada pela Assembleia da República e que produziu dois relatórios, foi liderada pelo investigador João Guerreiro, antigo reitor da Universidade do Algarve.


"Já se percebeu que o grau de exigência dos portugueses é muito alto. Já se percebeu que as alterações climáticas são cada vez mais complexas. Já se percebeu que o que sucede levanta problemas cada vez mais complexos. Vamos fazendo o balanço e aprendendo a lição ano após ano", acrescentou, já em declarações aos jornalistas.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, sublinhou ainda que não é a ausência de vítimas mortais que traz "consolo" à população, recusando entrar em "triunfalismos" injustificados, em relação ao incêndio que deflagrou em Monchique, no Algarve.

"O que eu sugeriria humildemente era o seguinte: sem triunfalismos, que não se justificam, sem juízos negativos definitivos já, mas sim preocupações, desabafos e sugestões para o futuro. Vamos terminar esta batalha, esta guerra e esta época [de incêndios]", afirmou o chefe de Estado.

O incêndio rural, combatido por mais de mil operacionais e considerado dominado na sexta-feira de manhã, deflagrou no dia 3 à tarde, em Monchique, distrito de Faro, e atingiu também o concelho vizinho de Silves, depois de ter afectado, com menor impacto, os municípios de Portimão (no mesmo distrito) e de Odemira (distrito de Beja).

A Protecção Civil actualizou o número de feridos para 41, um dos quais em estado grave (uma idosa que se mantém internada em Lisboa).


De acordo com o Sistema Europeu de Informação de Incêndios Florestais, as chamas consumiram cerca de 27 mil hectares. Em 2003, um grande incêndio destruiu cerca de 41 mil hectares nos concelhos de Monchique, Portimão, Aljezur e Lagos.


Na terça-feira, ao quinto dia de incêndio, as operações passaram a ter coordenação nacional, na dependência directa do comandante nacional da Protecção Civil, depois de terem estado sob a gestão do comando distrital.

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