Notícia
Sem os imigrantes, o país tinha perdido 250 mil pessoas em dez anos
População estrangeira cresceu 40% em dez anos, mostram os Censos 2021. Mesmo assim, o país está a encolher: o número de residentes caiu 2,1% numa década.
Se não fossem os imigrantes a reforçar a população portuguesa, em dez anos o país teria perdido 250 mil pessoas. O saldo natural de Portugal na última década foi marcadamente negativo, tendo sido apenas ligeiramente compensado pelo migratório. O país conta com 10,3 milhões habitantes.
Os dados foram publicados esta quinta-feira, 16 de dezembro, na segunda estimativa provisória dos Censos 2021, um inquérito geral à população realizado pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).
Segundo o documento, a 19 de abril de 2021 residiam 10.344.802 pessoas no país, dos quais 4,9 milhões eram homens e 5,4 mulheres. Estes números representam uma diminuição de 2,1% da população em Portugal, um valor que corrige apenas ligeiramente o resultado que tinha sido preliminarmente divulgado em julho deste ano (tinha sido apurada uma queda de 2%).
O INE explica que nos últimos dez anos a população residente em Portugal diminuiu em 217,4 mil pessoas, mas a redução teria sido ainda mais intensa se o país não tivesse acolhido mais imigrantes, uma vez que o saldo natural implicou uma quebra de 250.066 pessoas.
"Em termos censitários, o país apenas tinha registado uma redução do seu efetivo populacional nos Censos de 1970, como resultado da elevada emigração verificada na década de 60", reafirma o organismo de estatísticas.
População estrangeira aumenta mais de 40%
O Censos mostra que nos últimos dez anos a população estrangeira aumentou 40,6% em Portugal, para 555.299 pessoas. Representam 5,4% do total da população, um valor acima dos 3,7% de 2011.
A larga maioria dos estrangeiros (81,4%) não pertence à União Europeia. O Algarve e a Área Metropolitana de Lisboa são as duas regiões onde a presença de estrangeiros tem um peso maior, de 14,7% e 8,9% das suas populações, respetivamente. O Algarve foi também a região onde o peso dos estrangeiros mais aumentou na última década.
Ao nível dos municípios, Odemira (28,6%), Aljezur (26,3%), Vila do Bispo (26,1%) Lagos (23,4%) e Albufeira (20,4%) são aqueles onde a população estrangeira é mais representativa.
Distribuição cada vez mais desequilibrada
Os dados revelados esta quinta-feira confirmam ainda a leitura preliminar que já tinha sido feita em julho, dando conta de um agravamento dos desequilíbrios na distribuição da população pelo país. A concentração populacional é maior no litoral e junto à capital, com cerca de 50% da população residente em Portugal concentrada em apenas 31 municípios, localizados maioritariamente na Área Metropolitana de Lisboa e na Área Metropolitana do Porto.
É certo que o município de Lisboa, especificamente, perdeu população (1,2%), mas os concelhos já muito populosos nas imediações da capital ganharam residentes: Sintra aumentou a população em 2,1%, Cascais em 3,7%, Loures em 1,1% e Almada ganhou 1,9%.
População mais velha, mas mais escolarizada
O INE dá conta também do agravamento do fenómeno de envelhecimento da população, existindo agora 182 idosos por cada 100 jovens. Aliás, o grupo da população idosa ( com 65 e mais anos) foi o único onde se verificou um crescimento: aumentou 20,6%.
O grupo das crianças até aos 14 anos foi o que mais encolheu, perdendo 15,3% no número de indivíduos. "Agravou-se o fenómeno do duplo envelhecimento da população, caracterizado pelo aumento da população idosa e pela redução da população jovem", assinala o INE, frisando que em 2021 a percentagem de população idosa representa 23,4% do total, enquanto a de jovens até aos 14 anos é de apenas 12,9%.
Em contrapartida, os níveis de escolarização da população aumentaram "de forma significativa", lê-se no boletim do INE. 17,4% da população residente tem formação ao nível do ensino superior, uma percentagem muito superior aos 11,8% de 2011 e aos 7,2% de 2001. A população com ensino secundário e pós-secundário cresceu para 21,3%, dos anteriores 14,2%.
Os dados foram publicados esta quinta-feira, 16 de dezembro, na segunda estimativa provisória dos Censos 2021, um inquérito geral à população realizado pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).
O INE explica que nos últimos dez anos a população residente em Portugal diminuiu em 217,4 mil pessoas, mas a redução teria sido ainda mais intensa se o país não tivesse acolhido mais imigrantes, uma vez que o saldo natural implicou uma quebra de 250.066 pessoas.
"Em termos censitários, o país apenas tinha registado uma redução do seu efetivo populacional nos Censos de 1970, como resultado da elevada emigração verificada na década de 60", reafirma o organismo de estatísticas.
População estrangeira aumenta mais de 40%
O Censos mostra que nos últimos dez anos a população estrangeira aumentou 40,6% em Portugal, para 555.299 pessoas. Representam 5,4% do total da população, um valor acima dos 3,7% de 2011.
A larga maioria dos estrangeiros (81,4%) não pertence à União Europeia. O Algarve e a Área Metropolitana de Lisboa são as duas regiões onde a presença de estrangeiros tem um peso maior, de 14,7% e 8,9% das suas populações, respetivamente. O Algarve foi também a região onde o peso dos estrangeiros mais aumentou na última década.
Ao nível dos municípios, Odemira (28,6%), Aljezur (26,3%), Vila do Bispo (26,1%) Lagos (23,4%) e Albufeira (20,4%) são aqueles onde a população estrangeira é mais representativa.
Distribuição cada vez mais desequilibrada
Os dados revelados esta quinta-feira confirmam ainda a leitura preliminar que já tinha sido feita em julho, dando conta de um agravamento dos desequilíbrios na distribuição da população pelo país. A concentração populacional é maior no litoral e junto à capital, com cerca de 50% da população residente em Portugal concentrada em apenas 31 municípios, localizados maioritariamente na Área Metropolitana de Lisboa e na Área Metropolitana do Porto.
É certo que o município de Lisboa, especificamente, perdeu população (1,2%), mas os concelhos já muito populosos nas imediações da capital ganharam residentes: Sintra aumentou a população em 2,1%, Cascais em 3,7%, Loures em 1,1% e Almada ganhou 1,9%.
População mais velha, mas mais escolarizada
O INE dá conta também do agravamento do fenómeno de envelhecimento da população, existindo agora 182 idosos por cada 100 jovens. Aliás, o grupo da população idosa ( com 65 e mais anos) foi o único onde se verificou um crescimento: aumentou 20,6%.
O grupo das crianças até aos 14 anos foi o que mais encolheu, perdendo 15,3% no número de indivíduos. "Agravou-se o fenómeno do duplo envelhecimento da população, caracterizado pelo aumento da população idosa e pela redução da população jovem", assinala o INE, frisando que em 2021 a percentagem de população idosa representa 23,4% do total, enquanto a de jovens até aos 14 anos é de apenas 12,9%.
Em contrapartida, os níveis de escolarização da população aumentaram "de forma significativa", lê-se no boletim do INE. 17,4% da população residente tem formação ao nível do ensino superior, uma percentagem muito superior aos 11,8% de 2011 e aos 7,2% de 2001. A população com ensino secundário e pós-secundário cresceu para 21,3%, dos anteriores 14,2%.