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Secretário de Estado das Finanças reconhece "défice de discussão" das questões económicas estruturais

O secretário de Estado apontou o Programa de Estabilidade como um esforço do Governo para promover a discussão económica a longo prazo e que "talvez devêssemos passar mais tempo a discutir esses objetivos".

Duarte Roriz
16 de Novembro de 2023 às 15:37
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O secretário de Estado das Finanças, João Nuno Mendes, reconheceu "algum défice de discussão sobre as questões mais estruturais a longo prazo da economia portuguesa", mas apontou o Programa de Estabilidade apresentado pelo Governo como um exemplo desse caminho. O governante destaca também o objetivo do Governo de baixar a dívida pública abaixo dos 90% nos próximos anos.

"Como foi aqui reconhecido existe, por vezes, algum défice de discussão sobre aquilo que são as questões mais estruturais de longo prazo da economia portuguesa. Mas a verdade é que nesse programa encontra-se inscrito os objetivos a quatro, cinco anos daquilo que é a estratégia orçamental e económica do país. Talvez devêssemos passar mais tempo a discutir esses objetivos", afirmou o secretário de Estado.

João Nuno Mendes foi o responsável pelo encerramento do Grande Encontro Banca do Futuro, organizado pelo Negócios no Sheraton Lisboa Hotel & Spa. Destacou, entre os objetivos que constam do programa de estabilidade, o trajeto da dívida pública, que, em 2024 se prevê que fique abaixo dos 98,9% do PIB. Lembrou ainda o objetivo de descer abaixo do 90% até 2028. 

"Se nós atualizarmos o Programa de Estabilidade no primeiro semestre de 2024, é evidente que vamos ter que tomar em consideração matérias como o abrandamento económico, vai ter que ser feito um conjunto de cálculos, mas é provável que nós em 2027, 2028 estejamos próximos da dívida da zona euro, que é um valor em torno dos 90%", explicou o secretário de Estado.

"O Ministério das Finanças tem procurado também criar na sociedade esta vontade de sairmos do clube dos mais endividados", defendeu o secretário de Estado lembrando que o país viver agora um "hiato" até alcançar a Croácia no peso da dívida pública.

Banca e inteligência artificial

O secretário de Estado concluiu a sua intervenção relembrando os desenvolvimentos tecnológicos no setor da banca, principalmente ao nível da inteligência artificial. João Nuno Mendes relembra as estatísticas europeias neste aspeto, uma vez que, diz, já "60% dos bancos, a nível europeu, são utilizadores de inteligência artificial".

"Os bancos no seu dia a dia já têm, sensivelmente, cerca de uma em cada 20 pessoas envolvidas em projetos de transformação digital", acrescentou.

João Nuno Mendes assumiu o desafio de trazer esta evolução para a economia nacional referindo que esse é um processo que já está em curso em que traz "coisas boas" para as organizações, mas também para os utilizadores individuais.

"Vai acelerar aquilo que é a transparência da oferta entre os diversos fornecedores, seja de serviços bancários, seja de "utilities", e que as instituições têm que preparar, não só do ponto de vista da sua organização, em termos de inteligência artificial, mas também para o que a inteligência artificial poderá vir a trazer aos consumidores com uma grande dinâmica de comparabilidade de ofertas e de contratação, permitindo, precisamente, fazer face a qualquer tipo de barreira existente na mudança de instituição", explicou. 

O secretário de Estado diz que "esta transformação digital está a acontecer e que Portugal tem um papel nesse processo".

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