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Sampaio: PEV lamenta "com emoção" morte de "figura incontornável" na democracia do país

O PEV lamentou "com emoção" e "profundamente" a morte do antigo Presidente da República Jorge Sampaio, uma "figura incontornável" da democracia portuguesa, reconhecendo "o papel absolutamente relevante para as respostas políticas que se impunham".

O antigo Presidente da República Jorge Sampaio evocou a memória de Mário Soares, lembrando a 'resiliência' do antigo chefe de Estado e dizendo que o momento é de 'profundo pesar' para Portugal e para a Europa. Recordando a 'extraordinária capacidade de luta' de Soares ao longo da sua vida, Sampaio - que falava aos jornalistas em Lisboa - elogiou Mário Soares por ter estado sempre na 'primeira linha' da defesa do país. 'Foi preso, exilado, nunca perdeu o seu amor por Portugal. Sempre acreditou naquilo que era o interesse de Portugal e no que era estrategicamente vital para a democracia portuguesa', assinalou.
David Martins
10 de Setembro de 2021 às 12:01
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O PEV lamentou hoje "com emoção" e "profundamente" a morte do antigo Presidente da República Jorge Sampaio, uma "figura incontornável" da democracia portuguesa, reconhecendo "o papel absolutamente relevante para as respostas políticas que se impunham".

De acordo com uma nota divulgada, o PEV dirigiu "as mais sentidas condolências" à família de Jorge Sampaio e os "sentidos pêsames" ao Partido Socialista.

"É, pois, também com emoção que o Partido Ecologista 'Os Verdes' lamenta profundamente o falecimento de Jorge Sampaio", acrescenta o partido.

"Os Verdes" recordaram que, como parte integrante da coligação autárquicas 'Por Lisboa', em 1989, "trabalhou diretamente com Jorge Sampaio" na Câmara de Lisboa e que apoiou, em 1996, "na primeira volta, a sua candidatura à Presidência da República".

"Estes factos demonstram que, pese embora as posições políticas diferenciadas que foram sempre assumidas, o PEV reconheceu em Jorge Sampaio, em determinados momentos e circunstâncias, o papel absolutamente relevante para as respostas políticas que se impunham", acrescentou o partido.

O antigo Presidente da República, prossegue a nota, "é uma figura incontornável do Portugal democrático", que deixou um "contributo inegável e indelével para a defesa e o exercício efetivo da democracia".

"Jorge Sampaio, da mesma forma que era uma pessoa direta e determinada, era um homem que não escondia a suas emoções", completou o partido.

O antigo Presidente da República Jorge Sampaio morreu hoje aos 81 anos, disse à agência Lusa fonte da família.

O ex-chefe de Estado estava internado desde dia 27 de agosto no Hospital de Santa Cruz, em Lisboa, com dificuldades respiratórias.

Sampaio estava no Algarve, mas após sentir dificuldades respiratórias, e "dado o seu historial de doente cardíaco", foi transferido para Lisboa, disse na altura com fonte do seu gabinete.

Em 1989 foi eleito líder do Partido Socialista e na mesma altura foi eleito presidente da Câmara de Lisboa, tendo sido reeleito em 1993.

Após a passagem pela Presidência da República, foi nomeado em 2006 pelo secretário-geral da Organização das Nações Unidas enviado especial para a Luta contra a Tuberculose e entre 2007 e 2013 foi alto representante da ONU para a Aliança das Civilizações.

Atualmente presidia à Plataforma Global para os Estudantes Sírios, fundada por si em 2013 com o objetivo de contribuir para dar resposta à emergência académica que o conflito na Síria criara, deixando milhares de jovens para trás sem acesso à educação.

Jorge Fernando Branco de Sampaio desempenhou, ao logo da sua vida, os mais altos cargos políticos no país.

Iniciou o seu percurso, ainda estudante, como um dos protagonistas, na Universidade de Lisboa, da crise académica do princípio dos anos 60, que gerou um longo e generalizado movimento de contestação estudantil ao Estado Novo, até ao 25 de Abril de 1974.

Depois do 25 de Abril de 1974, militou em formações de esquerda, como o MES, onde se cruzou com Ferro Rodrigues, ex-líder do PS atual presidente do parlamento, e só aderiu ao partido fundado por Mário Soares em 1978.

Mais tarde, foi secretário-geral do PS (1989-1992), presidente da Câmara Municipal de Lisboa (1990-1995) e Presidente da República (1996 e 2006).
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