Os salários da função pública em Portugal representam 15 % do produto interno bruto (PIB), um valor 40% superior ao verificado na Zona Euro, noticia hoje o «Expresso», citando dados da Comissão Europeia.

Nos últimos 16 anos, desde que Portugal aderiu à União Europeia (UE), o salário real médio na economia portuguesa subiu 52,6%, enquanto no funcionalismo público aumentou 89,6%. Este diferencial representa um crescimento anual de 4,1% acima da taxa de inflação e também superior ao PIB, que avançou a uma média anual de 3,5%.

Teodora Cardoso, que integra a Estrutura de Reforma da Despesa Pública, e Silva Lopes, presidente do Conselho Económico Social, defenderam no seminário «A qualidade da despesa pública: um imperativo democrático», que sem um aumento da produtividade terá de existir contenção salarial.

Silva Lopes entende que esta evolução deve-se ao facto de os salários dos funcionários do Estado crescerem a um ritmo superior aos salários do sector privado, e às restruturações de carreiras, que considera «o grande negócio da função pública».

O economista sustenta que «para que mantenhamos a competitividade externa, é necessário que os salários subam pela produtividade». Na última década, os salários portugueses subiram 62% e a produtividade cresceu 22%.