Notícia
Rio quer adiar marcação de diretas no PSD para depois do OE
A proposta da Comissão Política Nacional (CPN) apontava para a realização do 39.º Congresso do PSD entre 14 e 16 de janeiro, em Lisboa, numa antecipação de cerca de um mês em relação aos dois anteriores atos eleitorais internos.
14 de Outubro de 2021 às 07:26
O Conselho Nacional do PSD reúne-se esta quinta-feira em Lisboa, com a marcação das diretas e do Congresso na agenda, mas com um pedido de última hora de Rui Rio para que só o faça depois da votação do Orçamento.
Na quarta-feira à tarde, a direção enviou aos conselheiros a proposta de realização das eleições diretas para escolher o presidente do PSD para 04 de dezembro (dia do aniversario da morte do fundador Francisco Sá Carneiro), com uma eventual segunda volta no dia 11, caso nenhum candidato obtivesse mais de 50% dos votos.
A proposta da Comissão Política Nacional (CPN) apontava para a realização do 39.º Congresso do PSD entre 14 e 16 de janeiro, em Lisboa, numa antecipação de cerca de um mês em relação aos dois anteriores atos eleitorais internos.
Os conselheiros nacionais receberam, além desta proposta, uma "hipótese de cronograma", em que as diretas se realizariam em 08 de janeiro (com eventual segunda volta dia 15) e o Congresso entre 04 e 06 de fevereiro.
No entanto, a direção frisava que esta segunda hipótese só seria votada em caso de 'chumbo' da primeira (e não em alternativa), por entender "não servir os interesses do partido" e prolongar "por demasiado tempo o momento do ato eleitoral, prejudicando toda a atividade política normal, com o consequente desgaste político natural resultante destes atos eleitorais".
Cerca de duas horas depois de este calendário ter sido enviado aos membros do Conselho Nacional, o presidente do PSD, Rui Rio, convocou os jornalistas para uma declaração no parlamento, motivada por um "facto político muito relevante": a possibilidade de o Orçamento do Estado (OE) para 2022 ser chumbado e o Presidente da República ter avisado que esse cenário "muito provavelmente" conduziria à dissolução do parlamento e a legislativas antecipadas em janeiro.
"O que entendo que seria de bom tom era que este Conselho Nacional fizesse a análise das autárquicas, não marcaria diretas, e ficaria marcado um Conselho Nacional para depois da aprovação ou não do OE. Se o OE for aprovado, há condições para diretas, se não for, não vejo como o partido pode fazer internas e legislativas ao mesmo tempo", disse, apelando a que os conselheiros ponderem esta proposta, em nome "do interesse nacional e do partido".
O tom do Conselho Nacional, marcado para as 21:00 em Lisboa, poderá mudar depois deste apelo, numa altura em que não existem ainda candidatos assumidos à liderança do PSD e se aguardando pela clarificação por parte de Rui Rio - se é ou não recandidato - e pela confirmação do eurodeputado Paulo Rangel de que avançará para nova disputa da presidência social-democrata.
Rio mantém desde a noite eleitoral autárquica, há mais de duas semanas, o silêncio sobre uma eventual recandidatura, apesar de, logo na madrugada de 27 de setembro, ter considerado que o partido teve "um excelente resultado", que o coloca em "melhores condições de vencer as eleições" legislativas de 2023.
Nessa ocasião, não quis abordar o seu futuro político para não misturar temas da vida interna do PSD com as autárquicas, e, desde então, nas poucas ocasiões públicas em que pôde ser questionado, manteve o silêncio sobre o tema.
Já o eurodeputado Paulo Rangel referiu o assunto apenas uma vez depois das autárquicas, num artigo no jornal Público, para defender que não era "ainda o tempo" da clarificação ou debate interno no PSD, mas de fazer "uma análise fina e detalhada" dos resultados autárquicos.
"A seu tempo, virá o ciclo eleitoral normal do PSD e, aí sim, cada militante será chamado a assumir as suas responsabilidades", disse então.
Na terça-feira, Rangel compareceu na apresentação do livro do ex-candidato à liderança Miguel Pinto Luz - que se afastou da corrida desta vez e admitiu que o eurodeputado encaixa no perfil que defende para presidente do PSD -, mas apenas confirmou que estará presente no Conselho Nacional, como é sua "obrigação".
Fora da disputa está, para já, o ex-líder parlamentar Luís Montenegro, que protagonizou com Rio a última disputa e o forçou a uma inédita segunda volta em 2020.
"Não tenciono protagonizar nenhuma candidatura por várias razões. As principais são que eu tinha um projeto de afirmação política do PSD a quatro anos, quando me apresentei a votos há dois anos, e creio que não tendo acontecido nessa altura, não é que não pudesse acontecer agora outra vez, mas envolvi-me em projetos de natureza profissional, pessoal, familiar que não queria deixar a meio nesta altura", explicou, uma semana depois das autárquicas, em entrevista ao Jornal de Notícias e à TSF.
O antigo 'vice' de Passos Coelho Jorge Moreira da Silva, que recentemente lançou um livro em que traçava um perfil para novas lideranças políticas, também se tem remetido ao silêncio, limitando-se, numa publicação no Facebook, a dar os parabéns aos candidatos autárquicos do PSD no dia a seguir às eleições, em especial a Carlos Moedas, pela "extraordinária vitória em Lisboa", sem nunca se referir a Rio.
O novo presidente eleito para a Câmara de Lisboa já assegurou que se irá manter focado nesta tarefa e, questionado se pretende dizer uma palavra sobre a vida interna do partido, foi claro: "Não, não direi".
Na quarta-feira à tarde, a direção enviou aos conselheiros a proposta de realização das eleições diretas para escolher o presidente do PSD para 04 de dezembro (dia do aniversario da morte do fundador Francisco Sá Carneiro), com uma eventual segunda volta no dia 11, caso nenhum candidato obtivesse mais de 50% dos votos.
Os conselheiros nacionais receberam, além desta proposta, uma "hipótese de cronograma", em que as diretas se realizariam em 08 de janeiro (com eventual segunda volta dia 15) e o Congresso entre 04 e 06 de fevereiro.
No entanto, a direção frisava que esta segunda hipótese só seria votada em caso de 'chumbo' da primeira (e não em alternativa), por entender "não servir os interesses do partido" e prolongar "por demasiado tempo o momento do ato eleitoral, prejudicando toda a atividade política normal, com o consequente desgaste político natural resultante destes atos eleitorais".
Cerca de duas horas depois de este calendário ter sido enviado aos membros do Conselho Nacional, o presidente do PSD, Rui Rio, convocou os jornalistas para uma declaração no parlamento, motivada por um "facto político muito relevante": a possibilidade de o Orçamento do Estado (OE) para 2022 ser chumbado e o Presidente da República ter avisado que esse cenário "muito provavelmente" conduziria à dissolução do parlamento e a legislativas antecipadas em janeiro.
"O que entendo que seria de bom tom era que este Conselho Nacional fizesse a análise das autárquicas, não marcaria diretas, e ficaria marcado um Conselho Nacional para depois da aprovação ou não do OE. Se o OE for aprovado, há condições para diretas, se não for, não vejo como o partido pode fazer internas e legislativas ao mesmo tempo", disse, apelando a que os conselheiros ponderem esta proposta, em nome "do interesse nacional e do partido".
O tom do Conselho Nacional, marcado para as 21:00 em Lisboa, poderá mudar depois deste apelo, numa altura em que não existem ainda candidatos assumidos à liderança do PSD e se aguardando pela clarificação por parte de Rui Rio - se é ou não recandidato - e pela confirmação do eurodeputado Paulo Rangel de que avançará para nova disputa da presidência social-democrata.
Rio mantém desde a noite eleitoral autárquica, há mais de duas semanas, o silêncio sobre uma eventual recandidatura, apesar de, logo na madrugada de 27 de setembro, ter considerado que o partido teve "um excelente resultado", que o coloca em "melhores condições de vencer as eleições" legislativas de 2023.
Nessa ocasião, não quis abordar o seu futuro político para não misturar temas da vida interna do PSD com as autárquicas, e, desde então, nas poucas ocasiões públicas em que pôde ser questionado, manteve o silêncio sobre o tema.
Já o eurodeputado Paulo Rangel referiu o assunto apenas uma vez depois das autárquicas, num artigo no jornal Público, para defender que não era "ainda o tempo" da clarificação ou debate interno no PSD, mas de fazer "uma análise fina e detalhada" dos resultados autárquicos.
"A seu tempo, virá o ciclo eleitoral normal do PSD e, aí sim, cada militante será chamado a assumir as suas responsabilidades", disse então.
Na terça-feira, Rangel compareceu na apresentação do livro do ex-candidato à liderança Miguel Pinto Luz - que se afastou da corrida desta vez e admitiu que o eurodeputado encaixa no perfil que defende para presidente do PSD -, mas apenas confirmou que estará presente no Conselho Nacional, como é sua "obrigação".
Fora da disputa está, para já, o ex-líder parlamentar Luís Montenegro, que protagonizou com Rio a última disputa e o forçou a uma inédita segunda volta em 2020.
"Não tenciono protagonizar nenhuma candidatura por várias razões. As principais são que eu tinha um projeto de afirmação política do PSD a quatro anos, quando me apresentei a votos há dois anos, e creio que não tendo acontecido nessa altura, não é que não pudesse acontecer agora outra vez, mas envolvi-me em projetos de natureza profissional, pessoal, familiar que não queria deixar a meio nesta altura", explicou, uma semana depois das autárquicas, em entrevista ao Jornal de Notícias e à TSF.
O antigo 'vice' de Passos Coelho Jorge Moreira da Silva, que recentemente lançou um livro em que traçava um perfil para novas lideranças políticas, também se tem remetido ao silêncio, limitando-se, numa publicação no Facebook, a dar os parabéns aos candidatos autárquicos do PSD no dia a seguir às eleições, em especial a Carlos Moedas, pela "extraordinária vitória em Lisboa", sem nunca se referir a Rio.
O novo presidente eleito para a Câmara de Lisboa já assegurou que se irá manter focado nesta tarefa e, questionado se pretende dizer uma palavra sobre a vida interna do partido, foi claro: "Não, não direi".